Metilfolato e ácido fólico na gravidez: diferenças e qual o melhor

  • Revisado por
    Patricia Amorim
    Idealizadora da Famivita


A partir do momento da concepção é quando começa o desenvolvimento de um novo ser. No entanto, sabemos que desde o primeiro instante o ambiente que o organismo oferece pode influenciar o futuro do embrião. Portanto, é essencial que a mulher ao pretender engravidar se planeje bem e prepare um bom estado nutricional para o bebê que crescerá dentro do corpo dela.

Se você está grávida ou tentando engravidar certamente já ouviu falar no ácido fólico, cujo nome é folato (ou vitamina B9), um componente primordial para a gestação saudável. São muitos os seus atributos: ele contribui para evitar anemia, parto prematuro e depressão pós-parto da mãe, auxilia na formação da medula espinhal e do cérebro do bebê.

Quando se pensa em engravidar é fundamental se programar

Para se ter uma ideia, esse nutriente é tão importante que desde que o enriquecimento de farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico tornou-se obrigatório no Brasil, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a prevalência de doenças do tubo neural em bebês caiu 30% no país.

Essa informação foi obtida por meio da comparação entre os registros de nascimento do período antes (2001-2004) e após o enriquecimento obrigatório das farinhas (2005-2014). No período pré-enriquecimento, foram registrados 0,79 casos de doenças do tubo neural por mil nascidos vivos, enquanto no período pós-enriquecimento foram encontrados 0,55 casos por mil nascidos vivos.

O fato é que toda grávida precisa de um aporte maior da substância (entre 0,4 mg e 0,8 mg por dia), mas dificilmente dá para obter a quantidade ideal somente através da alimentação, surgindo daí a necessidade da suplementação. Atualmente, no mercado, além do ácido fólico (a forma sintética da vitamina), o produto é encontrado na forma de metilfolato (a forma ativa da vitamina).

Neste artigo, detalharemos o assunto, explicando, além disso, por que o folato está na maioria dos multivitamínicos e por quais motivos a suplementação com metilfolato já é vista como a maneira mais benéfica de obter esse poderoso nutriente.


1 – Como age a vitamina B9 na gestação

Desde o começo dos anos 90, especialistas no assunto concordam que é enorme o valor da vitamina B9, seja antes da gestação, seja quando já começou a gravidez. Tal importância dada a ela refere-se ao efeito protetor dessa vitamina contra a malformação do tubo neural, durante a evolução fetal.

Como o tubo neural se desenvolve nos primeiros 28 dias de gravidez, a recomendação geral é que todas as mulheres em idade fértil consumam folato. Porém, falando mais especificamente, o tempo previsto mais adequado para começar a suplementação seria três meses antes de a mulher engravidar, sendo continuada essa ingestão no primeiro trimestre da gravidez.

O tubo neural desenvolve-se na coluna vertebral e a malformação acontece quando, nas primeiras quatro semanas de gestação, o cérebro e o crânio e/ou a espinha dorsal e a coluna vertebral não progridem de modo adequado.

Após vários estudos, descobriram-se fortes evidências de que o aumento da ingestão da vitamina B9 pode reduzir o risco dessas malformações, sendo que as mais comuns delas são:

  • Espinha bífida – é uma formação irregular dos ossos da coluna vertebral, quando o tubo neural não fecha completamente e a coluna dorsal (a do meio das costas) fica exposta ou saliente, havendo uma lacuna. Deste modo, os nervos espinhais (que fazem conexão com a medula) não se desenvolvem por inteiro, podendo ocorrer paralisia total ou parcial;
  • Anencefalia – caracteriza-se por uma malformação do sistema nervoso central em que há ausência parcial do cérebro e da calota craniana. Em alguns casos, o tecido cerebral pode estar exposto. É mais frequente em meninas. Esta condição provoca natimortos ou morte precoce, logo após o nascimento;
  • Encefalocele – quando há uma eliminação das meninges e/ou tecido cerebral através de uma fenda no crânio. Para que isso aconteça, existe sempre uma “falha óssea” associada (ou seja, um “buraco no osso” do crânio por onde há essa eliminação). Geralmente é coberta de pele e tem a aparência de uma “bolsa” colada na cabeça da criança.

Esta é a menos comum das malformações e, quando ocorre, resulta numa pequena proporção de natimortos. A maioria das mortes ocorre no primeiro ano de vida, no entanto, alguns bebês sobrevivem mais tempo, apresentando complicações semelhantes às que se dão com a espinha bífida.

A vitamina B9 encontra-se naturalmente em:

  • Brócolis;
  • Espinafre;
  • Couve;
  • Rúcula;
  • Extrato de levedura;
  • Leguminosas;
  • Laranjas;
  • Pães e cereais fortificados com folato;
  • Lentilhas;
  • Espaguete;
  • Arroz;
  • Feijão;
  • Espinafre;
  • Ervilhas;
  • Nozes;
  • Limão
  • Banana;
  • Melão;
  • Ovos;
  • Leite e derivados;
  • Carnes vermelhas.
O folato pode ser obtido a partir de vários alimentos

Além disso, na gravidez, o folato previne certas anormalidades cardíacas, bem como fenda palatina e lábio leporino. Também reduz o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer.

As necessidades do folato também aumentam na gestação como resultado da rápida divisão celular no feto. Entre outras coisas, a substância é igualmente essencial para a produção de glóbulos vermelhos e brancos, bem como para a produção de heme, uma molécula rica em ferro ligada aos glóbulos vermelhos. É por isso que uma deficiência de folato pode levar à anemia.

O folato é famoso também por ajudar a converter um composto chamado “homocisteína”, em um aminoácido essencial conhecido como “metionina”. Sem folato suficiente, a homocisteína se tornará elevada e níveis altos dela têm sido associados à infertilidade e abortos recorrentes, em alguns estudos. De fato, os números das pesquisas apontam que altos níveis de homocisteína foram encontrados em 25% das mulheres com abortos espontâneos inexplicáveis.


2 – Diferenças entre ácido fólico e metilfolato: qual é o melhor?

Como se manifesta o folato dentro do organismo? Ele funciona como uma coenzima, o que significa que ajuda outras enzimas no corpo a realizar trabalhos importantes. Porém, vamos direto ao ponto: o grande diferencial de um suplemento de metilfolato é que ele é a vitamina B9 em sua forma ativa e isso quer dizer que a substância não precisa ser metabolizada pelo organismo. Em contrapartida, o ácido fólico é a versão sintética da vitamina.

Os suplementos estão sempre se aprimorando e isso traz dúvidas

Em outras palavras, quando tomamos um suplemento de metilfolato ele vai direto fazer seu trabalho. Já quando ingerimos a vitamina em sua forma de ácido fólico, primeiro a substância precisará ser convertida em metilfolato pelas enzimas do organismo, para depois ser distribuída pelo corpo. É como se precisássemos de “atravessadores” para completar a missão.

Pensando nisso, a Famivita desenvolveu um produto com as doses ideias de Metilfolato para o organismo. São 400mcg da forma ativa de ácido fólico que atuam diretamente no organismo, promovendo os mais diversos benefícios. Confira mais na nossa loja virtual.

Estima-se que quando ingerido já em sua forma ativa, ou seja, como metilfolato, a taxa de absorção pelo corpo é 26% maior em comparação com a do ácido fólico. Outro benefício do consumo dessa forma, é que reduz a possibilidade de interação com medicamentos que interferem na metabolização da vitamina.

Um agravante que depõe fortemente contra o ácido fólico é que até 60% da população possui uma mutação genética (chamada MTHFR) que impede a transformação do ácido fólico em metilfolato. Mulheres com essa mutação podem ter um risco aumentado de enxaquecas, infertilidade e defeitos do tubo neural durante a gravidez.

A questão é que a maioria delas não sabe se apresenta essa mutação, ou seja, não dispõe da valiosa informação sobre se estão ou não dentro dessa considerável porcentagem. Por isso, atualmente a indicação dos médicos é sempre prescrever o metilfolato, pois desse modo há a garantia de que ele agirá imediatamente no organismo da futura mãe. Assim, quando optamos por tomar um suplemento de metilfolato em vez daquele de ácido fólico, não damos chance a essa mutação.

Num estudo comparativo entre grávidas suplementadas com ácido fólico versus metilfolato, durante a gestação e até o termo (ou seja, o período da gravidez no qual o bebê está pronto para nascer), verificou-se que aquelas suplementadas com metilfolato tinham níveis bem mais elevados de hemoglobina no final do 2º trimestre e no termo. Com base neste estudo parece haver uma menor incidência de anemia, se a suplementação for feita com metilfolato.

Ainda sobre isso, sabe-se que o organismo, para conseguir converter o ácido fólico em metilfolato, além dessa questão genética, depende de outras variáveis como a idade e o metabolismo de cada um, prejudicando a biodisponibilidade da vitamina ao chegar ao corpo.

Em linhas gerais, o termo biodisponibilidade é definido como a proporção da quantidade do micronutriente ingerida que é absorvida e utilizada pelo corpo.


3 – Por que suplementar folato é fundamental

Durante a gestação, digamos que o corpo faz uma espécie de “contrato” com o feto. Nesse interessante acordo natural realizado entre ambos, corpo e feto alinhados à serviço da vida, surgem as adaptações fisiológicas e metabólicas na mãe.

Parece mesmo que o corpo pensa em tudo, porque são esses ajustes que serão capazes de conciliar o aumento das necessidades do organismo da grávida com o adequado crescimento fetal, garantindo, ainda, a criação de reservas energéticas necessárias no parto e pós-parto.

Vale lembrar que, do ponto de vista metabólico, a gravidez é dividida em duas fases:

  • Fase materna – anabólica, durante a qual se criam as reservas energéticas que serão usadas durante a segunda fase;
  • Fase fetal – catabólica, durante a qual ocorre grande parte do crescimento fetal.

Nesse cenário, fica claro quão imprescindível é o corpo estar bem harmonizado à saúde nas duas fases: elas são totalmente interdependentes e por isso existem tantas recomendações de suplementação de alguns compostos, tanto na pré-concepção, como na gravidez e igualmente após o parto.

Dentro dessa engrenagem perfeita, até o metabolismo dos nutrientes se altera de modo a que o feto possa rentabilizar o seu consumo.

Outro ponto que deve ser observado é que mesmo com esse “contrato” silencioso tão bem estabelecido entre o corpo e o feto, a gestação traz uma sobrecarga para o organismo materno e um aumento expressivo na necessidade de nutrientes. Na prática, o que acontece é que nem sempre é possível atingir os níveis ideais de algumas substâncias, a exemplo do folato, o que pode ser um motivo de ansiedade a mais na gestação.

Uma das preocupações da gravidez é atingir o nível indicado de nutrientes

Por outro lado, estudos já apontaram que o folato existente em determinados alimentos perde grande parte da sua atividade química durante a colheita, armazenamento e preparação da comida, causando baixa biodisponibilidade. Por esses motivos, a dieta pode não ser a melhor forma de prevenção de defeitos do tubo neural.

Nesse sentido, as mais diversas entidades que trabalham com o tema, a exemplo da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), orientam que o folato deve ser suplementado desde o período em que se está planejando a gravidez, por volta de três a quatro meses antes, ou com início imediato assim que se descobre a gestação.

A ideia de proceder com esse tipo de recomendação nutricional específica à grávida é justamente influenciar positivamente o desenrolar da gestação e o futuro nutricional do feto e da própria mãe.

O folato é unânime, mas mesmo com toda popularidade a respeito dele e de suas qualidades, aproximadamente uma em cada 700 crianças brasileiras apresenta doenças relacionadas à falta dessa substância durante a gestação, como paralisia e problemas mentais.

Sobre a marca: A Famivita reinventa e abre caminhos para chegar à gravidez sem necessidade de recorrer a tratamentos complexos e caros. Todos os produtos são desenvolvidos em conjunto com especialistas em fertilidade, médicos e as próprias mães, tendo o devido reconhecimento perante a Anvisa. Você pode encontrar todos os produtos Famivita aqui e pode verificar histórias reais e de sucesso de mulheres que conseguiram engravidar usando os nossos produtos aqui.

Sobre a autora - Patricia Amorim: Mãe de Joana, de Eduardo e de Melissa com um total de 7 anos de experiência em tentativas para engravidar. Ela é a idealizadora da marca Famivita e de um dos maiores portais de maternidade do Brasil, o Trocando Fraldas, que conta mais de 3 milhões usuárias mensais. Seu canal do YouTube possui mais de 250 mil inscritas.