A importância da vitamina C em uma rotina de skincare

Na atualidade, a procura pela beleza da pele vem crescendo constantemente, o que é muito compreensível. A pele é o órgão que reveste a parte externa do corpo humano e, estando visível aos olhos, costuma influenciar no bem-estar das pessoas não apenas fisicamente, mas psicologicamente, afetando o humor, a autoestima e os relacionamentos. E, principalmente quem tem problemas de pele, vai entender: só dá para ficar bem, se a pele estiver bem também.

Nesse sentido, a vitamina C é um dos componentes mais importantes em uma rotina de skincare. De fato, ela não pode faltar, porque atua em várias frentes – além de melhorar o aspecto geral da pele, trazendo uma aparência saudável, ela entrega outros benefícios, como o atraso do envelhecimento.

A substância dispõe de eficácia comprovada e tem despertado cada vez mais o interesse não só dos consumidores, mas da comunidade científica. Por isso, hoje é imensa a quantidade de produtos e novas tecnologias envolvendo a vitamina C. E você, já conhece as vantagens do uso diário dela na pele? São muitas, mas aqui nós mostraremos algumas.

O que é a vitamina C
Benefícios da vitamina C
Vitamina C contra o envelhecimento
Como incluir a vitamina C em uma rotina de skincare

A vitamina C, também chamada de ácido ascórbico (AA) é um componente hidrossolúvel, ou seja, solúvel em meio aquoso. Ela é absorvida pelos tecidos e levada pela corrente sanguínea até chegar ao tecido necessário.

Os seres humanos não sintetizam a vitamina C. Ela, então, é obtida de fontes alimentares; porém, o transporte até a pele e a concentração da vitamina neste local são limitados. Por isso, o uso da vitamina C em cosméticos é tão utilizado, porque possibilita o suprimento de níveis que não seriam obtidos com o consumo de suplementação oral ou frutas.

Além disso, pesquisas demonstraram que a concentração de vitamina C na pele é 20 a 30 vezes maior quando ela é usada topicamente (ou seja, aplicada diretamente na região), comparada à sua utilização oral.

Parte da fama que envolve a vitamina C vem do fato dela ser um potente antioxidante. Os antioxidantes são compostos químicos capazes de reagir aos radicais livres e assim diminuir os efeitos negativos deles no organismo.

Mas o que são radicais livres?

Nada mais que oxigênio. Isso mesmo: o oxigênio responsável pela manutenção da vida também pode gerar espécies reativas, que atuam destruindo células e tecidos, através da chamada “oxidação celular”. Essa oxidação resulta do desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes, causando o estresse oxidativo.

A pele, por sua área extensa e função protetora do organismo, fica muito exposta ao ataque dos radicais livres, sendo a defesa antioxidante constantemente requisitada.

Em outras palavras: os antioxidantes são capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres, antes que ataquem os alvos nas células. E, na pele, isso traz proteção como um todo, não só no que diz respeito ao envelhecimento celular, mas em relação a doenças degenerativas, como o câncer.

Foi o médico Albert Szentgyorgyi que, em 1928, conseguiu isolar a vitamina C, dando-lhe o nome inicial de ácido hexurônico. Apenas em 1932 houve o isolamento da vitamina C em forma cristalina pura – o feito foi conquistado independentemente, por dois grupos de pesquisadores. Em 1938, o ácido ascórbico foi oficialmente aceito com o nome químico de vitamina C.

Os radicais livres são produzidos naturalmente no organismo e são benéficos em alguns casos. O problema está quando se tem uma produção exagerada deles, fugindo do controle dos antioxidantes naturais que mantêm o equilíbrio do corpo.

A questão é que, com o avanço da idade, ocorre uma diminuição dessa capacidade antioxidante natural. Este desequilíbrio pode provocar doenças na pele, como também danos às estruturas presentes nelas, como lipídios, proteínas e DNA, pela presença de quantidades excessivas de radicais livres. Por isso, há necessidade de suprir o organismo com substâncias antirradicais livres como os antioxidantes.

A pele é o maior sistema orgânico do corpo humano, funcionando como uma barreira eficiente que protege o organismo contra as agressões do meio externo. É dividida em três camadas: epiderme, derme e hipoderme. Ela conta com 70% de água, sendo o restante composto por sais minerais, proteínas, lipídios e glicídios.

A pele desempenha várias funções:

• proteção,
• sensibilidade,
• termorregulação,
• função de secreção,
• absorção,
• respiração,
• reserva de lipídios,
• produção de vitamina D,
• cicatrização
• e função imunitária.

E como age a vitamina C?

A vitamina C vai exercer principalmente uma ação antioxidante sobre a pele, como já falamos antes, protegendo-a da ação dos radicais livres. Isso vai se traduzir no retardo do envelhecimento celular, diminuindo, ainda, a incidência de doenças.

A vitamina C também estimula a síntese de colágeno, que é a maior e mais importante proteína estrutural da pele, responsável pela firmeza e elasticidade. Isso porque a substância é vital para o funcionamento das células, especialmente quando se trata do tecido conjuntivo (que tem a função de servir de sustentação e preenchimento para o corpo), durante a formação do colágeno.

Estudos também comprovaram que a vitamina C tópica desempenha ação sinérgica com filtros solares, ou seja, ela age de maneira associada e organicamente com eles, potencializando-os. Sua ação se revela de duas maneiras: auxilia a pele contra os raios solares e reduz os efeitos causados pelo sol.

A vitamina C também diminui a produção de pigmentos melamínicos (são eles os responsáveis por produzirem alterações na cor da pele), por isso ela também tem uma grande função clareadora.

Além de todos esses benefícios já mencionados, é possível citar como adicionais a ação da vitamina C no aumento da luminosidade da pele, contribuindo para a melhoria geral da aparência e também a prevenção e tratamento das rugas finas e linhas de expressão, mas esse é o assunto do nosso próximo tópico.

Sabemos que o processo de envelhecimento biológico é complexo e pode ser influenciado por uma mistura de fatores. Eles podem ser de dois tipos:

• de ordem interna (e esses normalmente não são modificáveis), como características genéticas, metabolismo e processos hormonais de cada organismo;
• ou exteriores, que surgem ao longo do caminho, como aqueles relacionados a fatores ambientais como a exposição à luz, poluição, radiação ionizante (um tipo de ondas eletromagnéticas perigosas para o organismo), produtos químicos e toxinas. E o papel da vitamina C vai ser justamente minimizar esse prejuízo.

Na prática, o passar dos anos vai representar um afinamento da pele, a uma velocidade acelerada. O que se sabe é que há uma diminuição da espessura, principalmente nas mulheres, em especial no rosto, pescoço, parte superior do tórax e superfície das mãos e antebraços.

Estudos apontam que a espessura diminui cerca de 6,4% por década, em média, com uma redução associada ao número de células da epiderme.

Especificamente na face, a apresentação do envelhecimento está ligada a várias questões:

• impacto da gravidade;
• ação dos músculos;
• perda de volume;
• diminuição e redistribuição da gordura superficial e profunda;
• perda do suporte ósseo do esqueleto, que resulta na flacidez da face, e causa alterações de forma e contorno.

Como a vitamina C exerce um papel fundamental no crescimento e reparação dos tecidos, bem como na síntese do colágeno, ela vai atenuar esse processo. Isso porque o cuidado diário com a pele, através dessa substância, pode aumentar a regeneração, a elasticidade, a suavidade da pele, alterando, assim, a condição da pele.

É importante ressaltar que o fator externo que mais influencia para o envelhecimento da pele é a exposição à luz solar sem proteção. A radiação ultravioleta (UV) representa 5% do espectro solar total e é dividida em três grupos:

• UVC (que não atinge a pele, pois é filtrada pelo ozônio atmosférico);
• UVB (penetra na epiderme, estrato córneo, e é responsável pelo eritema – que é a vermelhidão da pele – associado a queimaduras solares);
• UVA (responsável pela maior parte da radiação UV que penetra na pele e causa dano).

O dano causado pelos raios UV resulta em uma produção contínua de espécies reativas de oxigênio (ROS). Esses ROS possuem a propriedade de serem ou gerarem radicais livres.

provocando manchas e rugas profundas, além do ressecamento, pelo fato de ocasionar prejuízo às fibras de colágeno e elastina e estimular a formação de radicais livres reativos que danificam a estrutura das células.

A vitamina C tem várias indicações e pode ser usada em todos os tipos de pele, mas é principalmente orientada para a rotina de quem tem melasma, acne, pele propensa à acne em razão da Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) e manchas em geral, além de peles com irregularidades (bolinhas, cicatrizes, relevos).

Claro, também é muito indicada para quem deseja manter a pele bonita através do tempo, suavizando o avançar da idade.

Ela pode ser utilizada pela manhã, um pouco antes do filtro solar, porque assim terá a função de potencializar a proteção contra os raios solares e poluição, proporcionando um maior efeito antioxidante. A vitamina C também pode ser utilizada à noite, logo depois da limpeza do rosto e antes de dormir.

Quem tem pele muito sensível, com facilidade de ficar irritada, pode fazer uso da vitamina C por ao menos cinco horas seguidas, retirando o produto depois – isso já vai trazer um bom resultado.

É importante, no entanto, escolher o produto mais adequado, levando em conta, por exemplo, o tipo de vitamina C (se ela será pura ou derivada), e qual o melhor veículo de acordo com a pele, ou seja, se será em forma de creme, sérum, tônico, ou loção.