Conheça os tipos de olheiras, formas de prevenção e o que usar para tratamento

  • Revisado por
    Patricia Amorim
    Idealizadora da Famivita


Ela é muito democrática, afeta pessoas com uma grande variedade de idade, de ambos os sexos e todas as raças. Além disso, basta uma noite mal dormida e elas aparecem: as temidas olheiras, também chamadas, na dermatologia, de hipercromia periorbital (HPPO).

No entanto, às vezes elas deixam de ser transitórias e ligadas à privação do sono e tornam-se mais frequentes, como se instaladas no rosto, trazendo aquele aspecto de cansaço e até mesmo de envelhecimento e doença. E disso pode surgir uma certa sensação de desconforto com a própria imagem, causando um alto impacto na autoestima.

A gravidade da olheira pode variar de pessoa para pessoa

Por isso, na atualidade, as olheiras estão entre as queixas mais comuns entre aqueles que buscam uma face mais jovial e saudável, motivando não só consultas médicas, mas sobretudo pesquisas na internet e compra de cosméticos.

Felizmente, com o avanço da busca por qualidade de vida, é cada vez maior o número de produtos e procedimentos presentes no mercado com um bom potencial de ação no tratamento das olheiras.

Tal crescimento leva em consideração, principalmente, que essa espécie de alteração na pigmentação natural da pele do rosto, afeta não somente a autoimagem, como também abre portas para problemas como depressão e ansiedade.

O que sabemos é que um conjunto de fatores está relacionado àquele padrão escurecido ao redor dos olhos e aqui te contaremos tudo sobre isso.

Pele e características das olheiras
O que causa as olheiras?
Olheiras e envelhecimento
Tratamentos

1 Pele e características das olheiras

A pele das pálpebras é a mais fina do corpo: sua epiderme apresenta uma espessura muito delicada, de 0,4 milímetros, em média, quando comparada, por exemplo, à da região da palma das mãos e da planta dos pés, que tem cerca de 1,6 milímetro.

A parte inferior da pele das pálpebras possui pelos mais finos e uma maior quantidade de glândulas sebáceas do que a parte próxima às têmporas, fazendo com que essa pele seja macia e oleosa. Por outro lado, é muito nítida a diferença entre a pele fina das pálpebras e o restante da pele facial. Basta tocar para sentir.

A derme, a segunda camada da pele, é composta pelo chamado tecido conjuntivo frouxo, que é delicado, flexível, bem vascularizado. Ele possui a maior distribuição no organismo, sendo que, nessa área das olheiras, há uma escassez de tecido gorduroso, por isso muitas vezes elas têm uma característica um pouco translúcida. Desse modo, quando há uma maior dilatação dos vasos isso fica bastante evidente.

Em relação à cor da pele que envolve as olheiras, ela é determinada por inúmeros agentes. Alguns de ordem genética e racial, como a quantidade do pigmento melanina, outros de caráter individual, regional e mesmo sexual, como uma espessura diferenciada e, ainda, pelo conteúdo sanguíneo de seus vasos.

Atualmente as olheiras são classificadas em quatro tipos:

  • Vascular – Está mais ligada à herança familiar, ou seja, tem um fundo genético. Costuma aparecer mais precocemente, ainda na infância ou na adolescência. Ela também é mais comum em pessoas de grupos étnicos como árabes, turcos, hindus, ibéricos.
  • Esse tipo de olheira caracteriza-se por tons azulados, arroxeados ou avermelhados, devido à coloração do pigmento sanguíneo – a pálpebra fica mais escurecida devido à visualização dos vasos dilatados. Normalmente, o diagnóstico dessa modalidade de olheiras é feito esticando um pouco a pálpebra inferior para melhor visualização, por transparência, dos vasos sob a pele.

  • Pigmentar – Ocorre pelo excesso, na pele, do depósito de melanina, que é o pigmento que confere cor ao tecido. Geralmente, apresenta uma cor amarronzada.
  • Costuma aparecer em pessoas de fotótipo alto, mas também pode ocorrer em pacientes com fotótipos mais baixos, geralmente mais idosos, como consequência de excessiva e cumulativa exposição solar.

  • Profunda ou estrutural – É formada por uma área afundada logo abaixo dos olhos. Também está mais atrelada à genética. Surge, igualmente, pela falta de tecido abaixo dos olhos, sendo assim possível visualizar o músculo que está por baixo da pele.
  • Além disso, essa profundidade gera uma “sombra”, que piora ainda mais a olheira.

  • Mista – É o tipo mais frequente e acontece quando há a soma de um ou mais elementos que causam essa alteração de cor.

Acerca dos fotótipos de pele, é bom esclarecermos a respeito da mais famosa classificação deles, a chamada Escala Fitzpatrick. Ela foi criada em 1976 pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick e continua sendo usada até hoje. A classificação (ver abaixo) dispõe a pele em fotótipos de 1 a 6, a partir da capacidade de cada pessoa em se bronzear, assim como sensibilidade e vermelhidão, quando exposta ao sol.

Fotótipo Queimaduras Bronzeado Cor da pele
I Sempre Nunca Muito clara
II Sempre Algumas vezes Clara
III Algumas vezes Sempre Menos clara
IV Raramente Sempre Morena clara
V Nunca Sempre Morena escura
VI Nunca Sempre Negra

2 O que causa as olheiras?

Como dissemos, geralmente, a hipercromia periorbital envolve questões como a genética e também questões de ordem externa, ambientais, como exposição solar em demasia, tabagismo, a frequente ingestão de álcool e privação do sono.

Pesquisadores relataram o caso de 22 membros de uma família com olheiras, em 6 gerações. Além disso, observaram outras 3 famílias, uma delas com 11 membros com olheiras, em duas gerações, havendo casos em que ambos os pais eram afetados. A hipercromia apareceu nessa família logo na infância e piorou no decorrer da vida, começando nas pálpebras inferiores e progredindo para as superiores.

No caso do tabagismo, por exemplo, isso ocorre devido à ação vasoconstritora da nicotina. Em outras palavras, isso quer dizer que como a nicotina diminui o calibre das nossas veias e artérias, ela dificulta a passagem do sangue, prejudicando a circulação em toda a área da pele e sobretudo nas olheiras.

O tabagismo também confere aspecto pálido à pele em geral, o que colabora para destacá-las, funcionando como um holofote de olheiras.

Já em relação ao álcool e privação do sono, eles dois causam o inverso, ou seja a vasodilatação (alargamento dos vasos sanguíneos) e, consequentemente, o aumento do fluxo sanguíneo palpebral. Assim, em pessoas que têm olheiras causadas pela transparência da pele, isso vai evidenciá-las.

Hoje já se sabe que os efeitos da respiração bucal se manifestam especialmente na face

Outra coisa que pode causar e piorar as olheiras é a chamada respiração bucal – quando a pessoa tem dificuldade de respirar pelo nariz e faz isso frequentemente pela boca. Isso porque a respiração bucal causa desequilíbrio nas estruturas da face, levando também a uma diminuição da circulação.

Este tipo de HPPO não ocorre por pigmentação (ou seja, por concentração da melanina), mas por alterações vasculares que podem ocasionar depósitos de hemossiderina.

A hemossiderina é um pigmento formado pelo extravasamento de ferro da hemoglobina presente no sangue. Quando a região possui dificuldade em realizar a oxigenação do sangue, esse sangue se acumula e o ferro presente se desprende da hemoglobina, depositando-se na pele.

Com a respiração ocorrendo de forma incorreta, presença de estase sanguínea (ou seja, um fluxo mais lento de sangue) e uma circulação local dificultada, muitas olheiras resultam desse tipo de acumulação de hemossiderina ou de outros pigmentos ferrosos nas olheiras. Normalmente a coloração é arroxeada-azulada ou esverdeada.

As olheiras determinadas pelo fator genético podem apresentar modificações em mulheres devido à alteração hormonal durante o período menstrual, na gestação e na menopausa. Além disso, o uso de terapia de reposição hormonal e anticoncepcionais, são causas que pioram a pigmentação periocular por estímulo hormonal na produção de melanina.

Problemas funcionais na região do nariz, como obstrução nasal e dificuldade respiratória, além de alergias, também influenciam em muito para a HPPO.

A rinite e a asma, por exemplo, trazem inchaço das mucosas nasais, causando também a estase nas veias das pálpebras, contribuindo para o escurecimento.

Ainda pode ser acrescentado a esse verdadeiro “conjunto gerador de olheiras”, o uso de medicamentos vasodilatadores e colírios para glaucoma (aqueles à base de prostaglandinas – substâncias parecidas com hormônios), pois além de serem fontes de hiperpigmentação palpebral, produzem reabsorção da gordura no local.

Por fim, também devem ser incluídos na lista de amigos das olheiras, o estresse físico e emocional; a dermatite atópica (uma inflamação crônica nas camadas superficiais da pele), devido à fricção ou ao ato de coçar a área dos olhos; a deficiência de vitamina K, fundamental nos processos de coagulação do sangue, que pode colaborar para algumas pequenas hemorragias e impulsionar a HPPO.

3 Olheiras e envelhecimento

O passar do tempo faz com que todo nosso corpo mude e com a pele não é diferente, sobretudo quando se trata da pele do rosto. Nesse sentido, as pesquisas sugerem que o avançar da idade costuma indicar uma área palpebral mais prejudicada pelas olheiras e as modificações trazidas pelo envelhecimento contribuem para piora ou desencadeamento da HPPO.

Esse processo ocorre principalmente porque as estruturas da face mudam, mas outros elementos também se associam para isso, como o desgaste dos vasos sanguíneos, o afinamento maior da pele nessa área, exibindo uma maior flacidez e a diminuição do tecido gorduroso subcutâneo (embaixo da pele).

É assim que em muitos casos ocorre um aprofundamento na região, conferindo aquela sensação de olhos fundos, o que, dependendo das condições de luminosidade, acentua o sombreamento.

Um outro ponto que vem agravar a situação é a diminuição da fenda palpebral, que é o espaço delimitado pelas pálpebras inferior e superior. Ela mede entre 9 e 10 milímetros no adulto, sendo determinada pela interação dos músculos que abrem e dos músculos que fecham as pálpebras.

Com o avançar da idade, nota-se diminuição no tamanho vertical da fenda palpebral devido ao abaixamento constante da pálpebra superior. Como resultado, a pele fica mais flácida e fácil de enrugar, assim como menos elástica.

Também são verificadas mudanças na mucosa conjuntiva, que é uma membrana transparente que reveste a parte interna das pálpebras. Além disso, a gravidade e a expressão facial exercem influência nessas deformações.

O tempo também traz uma mudança no rosto que parece favorecer um aspecto mais turvo na área dos olhos. Trata-se da distância intercantal (a distância interna entre o canto dos olhos), que aumenta após os 50 anos.

O inchaço nessa região do rosto é uma consequência do acúmulo de líquidos ou de gordura

Todo esse contexto ainda pode favorecer o desenvolvimento de bolsas palpebrais e a chamada “dermatocalásia”, que é o excesso de pele nas pálpebras, especialmente a superior.

4 Tratamentos

Por existirem tantas variáveis envolvidas no surgimento das olheiras, não há um tratamento considerado “padrão ouro” para resolver o problema. Geralmente, o método empregado envolve ativação da circulação local e despigmentação, já que, conforme mencionamos ao longo deste artigo, elas possuem componentes vasculares e pigmentares.

Como tudo feito com dedicação, cuidar da pele em geral e das olheiras traz benefícios

Felizmente, com o avanço da busca por qualidade de vida, a indústria farmacêutica vem investindo em produtos com maior e melhor potencial de ação no tratamento da HPPO e, de fato, o uso de produtos tópicos, ou seja, aplicados diretamente na pele, é a forma mais conveniente para começar um tratamento.

Alguns ativos cosméticos com mecanismo de ação eficaz e muito presentes no mercado atual são:

  • Vitamina C – Bloqueia a formação da melanina, é cicatrizante, protetor e formador de colágeno;
  • Ácido azelaico – Impede a reprodução dos melanócitos Ácido kójico – Atua como renovador celular;
  • Arbutin – Inibidor a síntese de melanina;
  • Ácido Retinoico – Age sobre a hiperpigmentação através do efeito esfoliativo;
  • Vitamina B3 – Inibe a transferência dos melanossomos (que são a base os fenômenos bioquímicos que originam a melanina);
  • Vitamina B5 – Melhora os sinais de fotoenvelhecimento e hiperpigmentação;
  • Ácido glicólico – Renovador celular;
  • Ácido málico – Hidratante e regenerador da epiderme, por esfoliação;
  • Ácido mandélico – Anti-inflamatório, antisséptico, hidratante, regenerador.

Também se pode optar por tratamentos em clínicas dermatológicas. As alternativas mais populares hoje dizem respeito ao uso de peelings químicos, lasers e carboxiterapia (aplicação de injeções de gás carbônico ao redor dos olhos, para a melhoria da pele).

Já para quem tem olheiras mais profundas, a ideia é nivelar a pele abaixo dos olhos com o resto da face, dando volume ao local. O tratamento para isso atualmente é feito com preenchimento delas, por meio da gordura autóloga (em que se utiliza tecido da própria pessoa) ou material sintético.

Por outro lado, pouca gente acredita, mas massagens podem ajudar muito a área dos olhos, conferindo um visual mais descansado e iluminado ao rosto, inclusive. Na contemporaneidade há diversos vídeos ensinando como fazê-las e até mesmo aparelhos sendo vendidos e que são capazes de auxiliar nisso. Usualmente, os movimentos devem ser realizados tanto na pálpebra superior quanto na inferior e são potencializados com a utilização de cremes específicos.

Seja qual for a escolha, é sempre bom ter em mente que a resposta terapêutica depende do tempo: é preciso ser persistente, pois a melhora é lenta, então a continuidade do tratamento é um diferencial.

O que não pode faltar, igualmente, para quem quer atenuar as olheiras é adotar hábitos saudáveis, como dormir bem, ter uma alimentação balanceada e adquirir o costume de cuidar da pele dos olhos, mantendo constantemente nela os níveis de hidratação, com cremes específicos.

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Sobre a autora - Patricia Amorim: Mãe de Joana, de Eduardo e de Melissa com um total de 7 anos de experiência em tentativas para engravidar. Ela é a idealizadora da marca Famivita e de um dos maiores portais de maternidade do Brasil, o Trocando Fraldas, que conta mais de 3 milhões usuárias mensais. Seu canal do YouTube possui mais de 250 mil inscritas.