Estudo: Coronavírus
E o sistema de saúde brasileiro
Outubro de 2020, estudo feito pela Famivita com mais de 11.800 mulheres entre 8 e 12 de outubro de 2020: A publicação da lei que criou o SUS (Sistema Único de Saúde) brasileiro, completa 30 anos no mês de outubro. Mesmo aos trancos e barrancos, o sistema se consolida com excelência em diversos setores. Um marco na saúde brasileira, o SUS sempre lutou e luta por investimento, pois os financiamentos que recebe nunca foram e são suficientes. Por esse motivo, e pelo estado de calamidade que trouxe a Covid-19, entende-se que o sistema não estava preparado para a pandemia.
Um dos reflexos, é o número de casos de coronavírus que já ultrapassam 5 milhões e o número de mortes, mais de 150 mil. E com tantos casos assim, e a falta de preparo do sistema único de saúde, a Famivita, em nosso mais recente estudo, constatou que 56% dos brasileiros acreditam que o sistema não suportou e não suporta bem a demanda gerada pela pandemia. E entre os infectados, pelo menos 55% acham que o sistema não deu conta da demanda.
demanda durante a pandemia?
Nosso estudo também constatou que pelo menos metade da população deixou de fazer alguma consulta ou exame desde que a pandemia começou. O que gera uma nova preocupação, que são as outras doenças que deixam de ser tratadas, como é o caso do câncer e outras doenças graves.
Estimativas das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica, demonstram que desde o início da pandemia, pelo menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer. Outros milhares, já com o tumor detectado, tiveram os tratamentos suspensos. Em abril de 2020, cerca de 70% das cirurgias de câncer deixaram de ser feitas. Alguns pacientes com outras doenças ou sintomas, se recusam a procurar um hospital porque têm medo de pegarem o vírus.
últimos meses que deveria ter feito?
- Entre os infectados pelo vírus, pelo menos 53% deixaram de fazer algum exame ou consulta médica.
- As pessoas que têm medo de contrair o vírus também se privaram de comparecer a uma consulta ou exame, pelo menos 52%.
- Até mesmo os entrevistados que possuem plano de saúde deixaram de comparecer a consultas ou exames, 55% deles.
A internet têm sido de grande ajuda, como solução ao confinamento social. Para as pessoas que possuem acesso, existe a possibilidade de realizar muitas atividades através de plataformas online, como é o caso de consultas médicas. Porém, o número de consultas remotas é baixo, em comparação com as pessoas que precisam ir ao médico ou realizar algum exame.
- Somente 38% dos participantes tiveram a oportunidade de fazer uma consulta de forma remota nos últimos meses.
- Entre as pessoas que foram infectadas, somente 40% participaram de alguma consulta remotamente.
- Das que tem medo de serem infectadas, 38% fizeram consultas de modo remoto.
- O número de consultas remotas é maior entre as pessoas que têm plano de saúde, 46%, do que as que não têm, 34%.
- O Tocantins é o estado em que mais pessoas fizeram alguma consulta remota, com 44% da população.
- No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, pelo menos 40% dos participantes tiveram essa possibilidade.
- Já em São Paulo, estado com o maior número de casos, 37% dos participantes fizeram alguma consulta.
- O estado que menos teve acesso às consultas remotas é o Distrito Federal, com somente 29% da população.
- 1.Tocantins
- 2.Amazonas
- 3.Pará
- 4.Minas Gerais
- 5.Sergipe
- 6.Rio de Janeiro
- 7.Rio Grande do Sul
- 8.Mato Grosso
- 9.Maranhão
- 10.Mato Grosso do Sul
- 11.Rio Grande do Norte
- 12.Bahia
- 13.Pernambuco
- 14.São Paulo
- 15.Paraná
- 16.Santa Catarina
- 17.Goiás
- 18.Piauí
- 19.Espírito Santo
- 20.Roraima
- 21.Alagoas
- 22.Ceará
- 23.Rondônia
- 24.Amapá
- 25.Paraíba
- 26.Acre
- 27.Distrito Federal
suportou a demanda
- O Piauí é o estado que mais acredita que o sistema de saúde está suportando bem a demanda, com 53% dos participantes.
- Já em São Paulo, 47% dos entrevistados acreditam que o sistema de saúde suportou bem a pandemia.
- E no Rio de Janeiro, somente 31% concordam que o sistema de saúde conseguiu dar conta da demanda.
O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 11.800 pessoas entre 8 e 12 de outubro. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet com as seguintes perguntas:
- Você acha que o sistema de saúde suportou bem a demanda durante a pandemia?
- Você não fez consultas ou exames nos últimos meses que deveria fazer?
- Você fez consultas médicas de forma remota nos últimos meses?