Estudo: Hábitos de Leitura no Brasil – Quão essencial é ler para os filhos
Janeiro de 2023, estudo feito pela Famivita com mais de 2.100 mulheres entre 19 de dezembro de 2002 e 02 de janeiro de 2023: Não importa em que fase da vida a pessoa se encontre, os benefícios da leitura são inúmeros para quem busca uma existência rica em aprendizado. Todavia, a mais recente pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro, mostrou que pouco mais da metade da população no país – o equivalente a 52% – tem hábitos de leitura.
A iniciativa revelou, ainda, que um dos fatores que influencia para que se tenha o costume de ler é justamente que alguém próximo incentive essa prática tão proveitosa. Para se ter uma ideia, um em cada três entrevistados da pesquisa, o que corresponde a 34%, disse que alguém os estimulou a gostar de ler, sendo professores (11%), mães ou responsáveis do sexo feminino (8%) e, em seguida, o pai, responsável do sexo masculino ou algum outro parente, apontado por 4%. E, relacionado a isso, nosso último estudo demonstrou que 55% dos brasileiros não têm o hábito de ler para os filhos.
Um trabalho realizado pela Universidade de Barcelona destacou que ao ouvir histórias contadas por adultos, os pequenos ampliam seu conhecimento da linguagem oral e escrita, preparando-se de modo mais efetivo para a aprendizagem como um todo.
A leitura na infância se configuraria, assim, como uma aliada no desenvolvimento da concentração, memorização, raciocínio e aumento do vocabulário. Através das histórias, as crianças também entenderiam melhor como lidar com os próprios sentimentos e verbalizá-los, além de se colocarem no lugar dos personagens, compreendendo lições morais importantes sobre empatia, respeito e amor.
Além disso, muitas vezes esse é um momento em que há uma troca de afetividade e de carinho entre a criança e seus pais ou os responsáveis por ela, de modo que um benefício adicional seria a criação de um maior vínculo e o estreitamento desse laço. E, igualmente vinculado ao tema, nosso estudo apontou que entre aqueles que leem para os filhos, 59% o faz duas vezes por semana ou com uma frequência menor.
- Especialmente dos 18 aos 24 anos, 67% dos entrevistados afirmaram não ler para os filhos.
- Já dos 25 aos 39 anos e dos 30 aos 34 anos, 57% e 46% afirmaram não fazê-lo, respectivamente.
- 25% dos entrevistados, dos 40 aos 44 anos, informaram ler diariamente para os filhos.
- 21%, na faixa etária que vai dos 35 aos 39 anos, explicou ler para os pequenos com a frequência de três vezes por semana.
Existe também uma ligação direta entre ler para os filhos e ter vivenciado os próprios pais tendo feito o mesmo. Isso porque 71% dos pais, que tiveram livros lidos para eles na infância, também estão lendo para seus filhos. Por comparação, apenas 40%, entre aqueles que os pais não apresentavam esse hábito, estão fazendo isso para os pequenos.
No fim da década de 1990, o fundador de uma das maiores multinacionais de tecnologia do mundo, Bill Gates, disse que seus filhos teriam computadores, mas primeiro teriam livros. Isso corrobora quão essenciais continuam sendo essas publicações e seu estímulo à imaginação humana, especialmente em nossa época, quando todos estamos cercados por smartphones e sua promessa de entretenimento rápido.
Contudo, de acordo com especialistas no assunto, para que o hábito de ler seja criado nos infantes, é fundamental que haja um ambiente propício, que as histórias possam ser contadas de maneira lúdica e interessante. Passear em livrarias e conhecer livros novos, bem como trazer diferentes estilos literários para o universo familiar, também é de grande importância.
O Instituto Pró-Livro indicou, porém, que o número de leitores teve queda no Brasil, com 4,6 milhões de brasileiros deixando de ler em quatro anos. A mesma pesquisa revelou que pelo menos 30% da população nunca comprou sequer um único livro. E, ainda de acordo com o nosso estudo, 79% dos entrevistados afirmaram que seus pais não tinham o hábito de ler para eles.
- Especialmente dos 30 aos 34 anos, os entrevistados responderam que os pais não leram para eles, com 82% respondendo negativamente.
- Na faixa etária dos 25 aos 29 anos, esse número foi apenas um ponto percentual menor, com 81% assinalando que os pais não tinham esse hábito.
- No Rio de Janeiro, 48% afirmou ler para os filhos, já em São Paulo e no Distrito Federal esse número foi de 45% e 64%, respectivamente.
- 1. Amapá
- 2. Acre
- 3. Santa Catarina
- 4. Maranhão
- 5. Amazonas
- 6. Alagoas
- 7. Rio de Janeiro
- 8. São Paulo
- 9. Distrito Federal
- 10. Minas Gerais
- 11. Sergipe
- 12. Rio Grande do Sul
- 13. Paraíba
- 14. Mato Grosso do Sul
- 15. Mato Grosso
- 16. Bahia
- 17. Piauí
- 18. Pará
- 19. Rondônia
- 20. Espírito Santo
- 21. Ceará
- 22. Pernambuco
- 23. Goiás
- 24. Tocantins
- 25. Roraima
- 26. Rio Grande do Norte
- 27. Paraná
O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 2.100 mulheres entre 12 e 20 de setembro de 2022. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.
As seguintes questões foram abordadas:
- Você costuma ler livros para seu(s) filho(s)?
- Com qual frequência está lendo para ele(s)?
- Seus pais leram livros para você?
Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.