Estudo: HPV – Papilomavírus Humano: Vacinação no combate ao câncer de colo de útero

Junho de 2022, estudo feito pela Famivita com mais de 2.400 mulheres entre 08 e 17 de junho de 2022 O HPV, sigla em inglês para Papilomavírus Humano, é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Com mais de cem tipos de vírus, estudos demonstram que 50% da população sexualmente ativa do mundo já foi infectada por algum tipo de HPV. Porém, nem todos os tipos de vírus apresentam algum sintoma para mulheres e homens. A maioria das infecções em mulheres, por exemplo, tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

Apesar da grande maioria das infecções parecerem inofensivas, alguns tipos de vírus do HPV podem infectar a região genital e provocar cânceres, como de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. Já outros, podem causar verrugas genitais.

Ainda, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2020, mais de 500 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero no mundo. E por isso, em 2020 a OMS desenvolveu novas estratégias para eliminar o câncer de colo de útero, afinal, trata-se de um problema de saúde pública mundial. Dentre estas estratégias está a vacinação contra o HPV, que no Brasil é disponibilizada no SUS para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos, e homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos.

E conforme constatou a Famivita em seu mais recente estudo, 43% das brasileiras não estão vacinadas contra o HPV. Principalmente as mulheres dos 35 aos 39 anos, com 54% das participantes. E dos 25 aos 34 anos, com 49% das respondentes.

Além da vacinação contra o HPV, existem outros métodos para a prevenção do contágio, como o uso de preservativo, principalmente ​​o feminino, que cobre também a vulva e evita mais eficazmente o contágio. Além dos exames de diagnóstico que incluem observação das verrugas, papanicolau, ou exame sorológico, que podem ser solicitados pelo ginecologista.

Além dos exames, e conforme recomenda o Ministério da Saúde, é muito importante que as mulheres acima dos 25 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual, façam o exame do Papanicolaou regularmente. Neste exame ginecológico preventivo é possível identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele auxilia a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se desenvolverem. O Papanicolaou é considerado o melhor método para detectar o câncer e suas lesões precursoras.

Porém, conforme verificamos em nosso estudo, 20% das brasileiras ainda não sabem que o HPV pode causar câncer de colo de útero. Principalmente as mulheres dos 18 aos 29 anos, com 22% das entrevistadas.

• No Tocantins, 31% das entrevistadas não sabem sobre os riscos de câncer ao contrair HPV.
• Em Alagoas, pelo menos 27% das participantes não sabem sobre este risco.
• Já em São Paulo, 24% das mulheres não sabem que o HPV pode causar câncer de colo de útero. E no Rio de Janeiro, o percentual cai para 20%.

Como mencionado anteriormente, o percentual de mulheres que não sabem a respeito dos riscos do câncer de colo de útero é significativo. Ainda mais quando comparamos com o percentual de mulheres que não sabem que o HPV é uma doença sexualmente transmissível, 17% delas.

• Entre as mulheres dos 25 aos 29 anos, pelo menos 17% das participantes não sabem que o HPV é uma doença sexualmente transmissível.
• Ainda, entre as mulheres dos 45 aos 49 anos, o percentual é maior, sendo que 19% não sabem sobre este fato.
• Em Rondônia, 35% das participantes não sabem que o HPV é sexualmente transmissível.
• Já no Paraná, o percentual cai para 20%.

Conforme já reconhecido e orientado pela Organização Mundial da Saúde a vacinação é de extrema importância para a prevenção do HPV, e de um futuro câncer de colo de útero. Com o esquema vacinal, muitas meninas e mulheres podem prevenir a contração do vírus, e futuros problemas de saúde mais graves, como o câncer de colo de útero.

O SUS oferece a vacina gratuita para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos, e homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos. Porém, as meninas e mulheres dos 14 aos 45 anos, também podem tomar a vacina na rede particular, caso tenham acesso a um plano de saúde, ou condições financeiras para pagá-la. Porém, conforme verificamos em nosso estudo, 37% das brasileiras não sabem sobre esta informação. Especialmente as mulheres dos 25 aos 29 anos, com 46% delas.

Por isso, é muito importante que as meninas e mulheres abrangidas pelo sistema vacinal, tomem a vacina. E ainda, as mulheres acima dos 25 anos, façam regularmente o exame do Papanicolau, mesmo que pela rede pública. O Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece uma série de garantias relacionadas à saúde feminina, fundamentais para a ampliação da qualidade de vida e empoderamento das mulheres.

Entre os serviços oferecidos pelo SUS, estão dois exames fundamentais para o cuidado da saúde da mulher: a mamografia (exame para detecção do câncer de mama) e o papanicolau (exame preventivo que rastreia o câncer do colo do útero).

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 2.400 mulheres entre 08 e 17 de junho de 2022. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

• Você já se vacinou contra o HPV (papiloma vírus humano)?
• Você sabia que o HPV é uma infecção sexualmente transmissível?
• Você sabia que o HPV pode causar câncer de colo de útero?
• Você sabia que apesar de o SUS não oferecer a vacina para todas as idades as meninas e mulheres acima dos 14 até os 45 anos podem tomá-la na rede particular?

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.