Estudo: Outubro Rosa – A importância da prevenção ao câncer de mama



Outubro de 2022, estudo feito pela Famivita com mais de 2.100 mulheres entre 12 e 20 de setembro de 2022: No mundo todo, o “Outubro Rosa” é uma iniciativa poderosa, posto que vem jogar luz sobre a luta contra o câncer de mama e a importância da sua prevenção.

Também conhecido como neoplasia, o câncer de mama é caracterizado pelo crescimento de células cancerígenas nessa região e, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele, e o primeiro em letalidade.

Ainda conforme a entidade, cerca de 66.280 novos casos são diagnosticados por ano no país. O câncer de mama também acomete homens, porém, é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Nas mulheres, corresponde a 29,7% do total de cânceres no público feminino.

Nesse contexto, algo fundamental é conhecer o próprio corpo para notar possíveis mudanças que indiquem que algo está errado. Todavia, segundo constatou nosso mais recente estudo, 43% das mulheres não sabem fazer o autoexame das mamas, procedendo com a observação em frente ao espelho, palpando a mama, de pé, e repetindo a palpação deitada.

Você sabe fazer o autoexame de mama?
Espelho, espelho meu

O diagnóstico precoce é fundamental para as chances de recuperação das pacientes, ou seja, quanto mais cedo ele for detectado, maior é o potencial de cura. O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, como um nódulo (na mama, axila ou no pescoço), pele avermelhada, alterações no mamilo ou saída espontânea de líquido anormal por eles – qualquer tipo de alteração na mama precisa ser levado em consideração.

Desse modo, o autoexame é essencial, bem como a realização de mamografia de rotina. Contudo, conforme mostrado no estudo, 28% das mulheres desconhecem a orientação do Inca de que uma mamografia deve ser feita a partir dos 50 anos, a cada dois anos. Além disso, 2 em cada 7 delas não conhecem nenhum sintoma de câncer de mama. Por outro lado, entre as que conhecem, o mais relatado foi o caroço na mama, endurecido, fixo e indolor, com 65% delas afirmando saberem disso.

Você sabia que de acordo com o Inca as
mulheres devem começar a fazer mamografia a
partir dos 50 anos e a cada 2 anos?

  • Na faixa etária que compreende dos 18 aos 24 anos, 57% não sabe fazer o autoexame das mamas.
  • Também são as mulheres mais jovens, dos 18 aos 24 anos, que relataram não conhecer nenhum sintoma de câncer de mama, com 33%.
  • Entre as mulheres que estão tentando engravidar, pelo menos 36% não têm ciência sobre como se realiza o autoexame.
  • 32% das mulheres sem filhos não conhecem nenhum sintoma do câncer de mama, comparado com 26% daquelas com filhos.
Câncer, a palavra proibida

Um artigo científico publicado em setembro na revista Public Health in Practice, intitulado Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? – traduzido em português, “O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – apontou os impactos da campanha de prevenção do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho revelou que o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e permanece em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro), corroborando que as campanhas deveriam ser mais constantes, especialmente em nosso país, onde 40% dos casos só são diagnosticados em fase já avançada.

É, de fato, muito importante falar sobre o câncer, especialmente se lembrarmos que no Brasil de 20 anos atrás, por exemplo, muita gente nem pronunciava essa palavra, tal era o medo que existia ao redor da doença. Por todo preconceito que envolve essa enfermidade, mesmo nos dias atuais, ainda há quem prefira esconder que tem, o que pode atrapalhar bastante o tratamento. Assim, iniciativas como o Outubro Rosa vêm ajudar, trazendo informações de qualidade para desmistificar a doença, afinal a taxa de cura chega a 95% se descoberto em estágio inicial.

  • No Amapá é onde a maioria das entrevistadas sabe fazer o exame das mamas e que as mulheres devem proceder com a mamografia a partir dos 50 anos.
  • No Distrito Federal e em São Paulo, 61% e 62% das participantes, respectivamente, sabem fazer o autoexame das mamas.
  • No Rio de Janeiro e em Alagoas, 70% e 69%, respectivamente, afirmaram ter ciência que a mamografia precisa ser feita a partir dos 50 anos.
Índice dos estados em que brasileiras sabem que o Inca preconiza a realização da mamografia a partir dos 50 anos
Ranking dos estados em que brasileiras sabem fazer o autoexame das mamas
  • 1. Amapá
  • 2. Paraíba
  • 3. Santa Catarina
  • 4. Rio Grande do Sul
  • 5. Amazonas
  • 6.São Paulo
  • 7. Distrito Federal
  • 8. Espírito Santo
  • 9. Ceará
  • 10.Goiás
  • 11. Pernambuco
  • 12. Tocantins
  • 13. Paraná
  • 14. Rio de Janeiro
  • 15.Bahia
  • 16. Rondônia
  • 17.Minas Gerais
  • 18. Maranhão
  • 19. Pará
  • 20. Rio Grande do Norte
  • 21. Piauí
  • 22. Acre
  • 23. Mato Grosso
  • 24. Alagoas
  • 25. Mato Grosso do Sul
  • 26. Sergipe
  • 27.Roraima
Método de Pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 2.100 mulheres entre 12 e 20 de setembro de 2022. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

  • Você sabe fazer o autoexame de mama (proceder com a observação em frente ao espelho, palpando, de pé, a mama, e repetindo a palpação deitada)?
  • Qual sintoma do câncer de mama você conhece?(Caroço no seio endurecido fixo e indolor/Pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja/Saída espontânea de líquido de um dos mamilos/Alterações no bico do peito)
  • Você sabia que de acordo com o Instituto Nacional do Câncer do Ministério da Saúde as mulheres devem começar a fazer mamografia a partir dos 50 anos e a cada 2 anos?

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.