“Superalimentos” para a fertilidade

  • Revisado por
    Patricia Amorim
    Idealizadora da Famivita


No Brasil, estima-se que 8 milhões de pessoas possam ser inférteis. É um problema de grandes proporções, se tivermos em mente que a expectativa de vida vem crescendo, mas os níveis de fertilidade não acompanham esse contexto.

As técnicas de reprodução assistida, nesse cenário, tornaram-se uma das principais buscas quando se fala em terapias para casais com infertilidade. No entanto, o impacto físico, emocional e financeiro pode ser considerável, principalmente se for pensado que há altas taxas de insucesso e talvez seja preciso passar várias vezes pelos tratamentos.

Como consequência, fatores de risco à fertilidade têm recebido atenção e a alimentação é um deles. A estreita relação entre alimentação, nutrição e fertilidade feminina é estudada há décadas e hoje sabe-se que há uma relação forte entre esses fatores.

Algumas escolhas refletem na vida das tentantes e mamães

Nesse quesito, se destacam os chamados “superalimentos” para a fertilidade, porções de substâncias dotadas de altos níveis de vitaminas e minerais, que favorecem as chances do positivo. É sobre eles que falaremos neste artigo, fornecendo algumas dicas sobre como aperfeiçoar o que é colocado no prato, com o objetivo de conquistar a gestação.


1 – O estado nutricional ideal para as tentantes

Antes de mais nada, quando se fala em fertilidade feminina e alimentação, é importante pensar em um estado nutricional materno como um todo. Isso quer dizer que não se pode separar a nutrição no período pré-concepção, do período da gestação propriamente dito, porque são totalmente dependentes um do outro e fundamentais para o sucesso da gravidez.

Quando se está tentando engravidar, trazemos para essa pré-concepção um grande número de experiências que vão modelar os hábitos alimentares. E, às vezes, não há uma compreensão disso, mas a escolha que fazemos dos alimentos não se limita apenas aos gostos, mas também por costumes nutricionais que foram adquiridos com a vida.

A vitalidade feminina acontece igual a de todos os organismos vivos

Ter conhecimento e zelo acerca dessas opções que se faz no dia a dia, sobre o que vai ingerir ou não, pode ajudar ou atrapalhar na conquista do positivo. Isso porque um padrão alimentar com um aporte nutricional pequeno, pode não apenas atrasar a chegada do positivo, mas levar a uma gestação arriscada.

Assim sendo, a cada refeição faça essa pergunta a si mesma: que tipo de alimentos você tem colocado no prato e por que motivo? Esse questionamento já traz mais consciência ao ato de se alimentar, dando espaço a escolhas acertadas.

Vale lembrar que na vida de uma mulher, a gravidez é uma fase delicada, pois apresenta situações desafiadoras e novas o tempo inteiro. Uma delas é que dentro do corpo há uma vida dependente na qual até as escolhas alimentares poderão influenciar o futuro desse novo ser.

Além disso, como é comprovado que a deficiência em diversos nutrientes compromete o desenvolvimento pré-natal e a evolução de uma gravidez saudável, é importantíssimo para quem está tentando engravidar fazer um plano alimentar equilibrado, completo e variado. Esta atitude possui duas grandes vantagens: não só facilita as chances do positivo (porque proporciona ao corpo o estado nutricional ideal), como dá a devida segurança ao embrião para que ele cresça forte.


2 – O que são “superalimentos” para a fertilidade e como encontrá-los

Parece lógico e, efetivamente, é: se o que ingerimos afeta em cheio o funcionamento do nosso organismo, certamente isso trará um impacto na fertilidade também. Nesse caso, não importa se o casal está tentando conceber o primeiro ou terceiro filho, há algumas mudanças na alimentação que podem aumentar a segurança reprodutiva.

Mas o que seriam esses “superalimentos” capazes de resultar em uma maior eficiência para a fertilidade? Basicamente, eles reuniriam a ciência (pesquisas e estudos, por exemplo) e a alimentação, a serviço da concepção.

Os chamados superalimentos seriam, então, aqueles que possuem benefícios adicionais, com uma composição que não apenas previne doenças dos órgãos femininos voltados à reprodução, como pode sanar problemas já existentes, a exemplo de dificuldades de ovulação e hormônios em desequilíbrio.

Caberia aos superalimentos também colaborar evitando ou reduzindo complicações associadas a determinadas patologias, como a diabetes gestacional, a hipertensão e a pré-eclâmpsia, entre outras.

Ter conhecimento dos alimentos certos favorece as chances de gravidez

Acompanhe abaixo alguns desses alimentos que devem ser incorporados à dieta feminina para melhorar a qualidade reprodutiva:

  • Folato – O termo folato é o nome genérico que se utiliza para identificar a vitamina B9. A gravidez constitui um período em que as necessidades em folato aumentam substancialmente, por isso se começa a suplementação dessa vitamina logo que se iniciam as tentativas. É orientado pelos médicos, em especial, para evitar a malformação do tubo neural no bebê. Pode ser encontrado em vegetais verde escuros, abacate, oleaginosas, beterraba e aveia.
  • Licopeno – Colabora para a função ovariana, ajudando a regular a produção hormonal e do ciclo ovulatório. Diminui também a quantidade de radicais livres (moléculas instáveis que podem prejudicar o funcionamento do organismo). Está disponível no tomate, na melancia, goiaba vermelha, mamão papaia, cenoura, abóbora, caqui e pitanga.
  • Zinco – É o micromineral com distribuição mais abundante no corpo humano, depois do ferro. É essencial para o crescimento normal do feto e placenta. Uma forte carência materna em zinco está associada a abortos e malformações fetais, sendo que as formas mais leves de ausência deste mineral se referem, entre outras, a um risco mais elevado de baixo peso ao nascer, atraso de crescimento intrauterino e outras complicações, como contrações prolongadas.

As principais fontes de zinco são carne, ostras, peixe e lacticínios, além de castanhas, arroz integral, cacau e sementes de abóbora.

  • Vitamina B6 – É conhecida por aumentar os níveis de progesterona e por seu papel na fixação do embrião e manutenção da gestação, pois atua na parede do útero. É encontrada em alimentos como brócolis, alcachofra, ovo e leite.

Acerca do leite e de seus derivados integrais, é interessante ressaltar que eles têm uma absorção realizada de modo mais lento pelo organismo, garantindo uma menor oscilação da globulina (proteína que auxilia no transporte dos hormônios ligados à fertilidade).

  • Vitamina C – Faz parte de um grupo bastante conhecido atualmente: os antioxidantes, famosos pelo seu efeito protetor junto às células, sobretudo em relação ao corpo lúteo e ao epitélio do ovário. O aumento da ingestão da vitamina C foi associado à diminuição do tempo necessário para alcançar a gravidez. Ela participa também na produção de progesterona, necessária na manutenção do endométrio e desempenha uma missão de destaque no aumento da absorção de ferro. Está presente no brócolis, couve, pimentão amarelo e acerola.

O feto tem a capacidade de concentrar vitamina C a partir das reservas maternas. Desse modo, no momento do nascimento o sangue fetal tem 3 a 4 vezes mais vitamina C que o sangue materno.

Alimentos saudáveis podem contribuir para um positivo mais rápido
  • Vitamina E – Costuma ser orientada principalmente para mulheres com endométrio fino, proporcionando uma melhora significativa no tamanho da camada desse importante tecido do útero. Integra a membrana celular e também atua no processo reprodutivo com funções antioxidantes. Faz parte da constituição de vários alimentos, como soja, cereais integrais, leite e abacate.
  • Selênio – Este mineral bastante encontrado na natureza, é um componente antioxidante. No organismo atende a grandes responsabilidades, como a conservação de órgãos vitais, a exemplo do coração. Na fisiologia feminina, o selênio é desintoxicante, ajuda a combater os abortos recorrentes, equilibrar a produção de hormônio da tireoide, intensificar a imunidade e contribuir para o desenvolvimento de folículos saudáveis. Para aproveitar suas qualidades, coloque no cardápio itens ricos em proteínas, como frango, queijo, castanha-do-pará e amendoim.
  • Vitamina D – Propicia uma maior receptividade do endométrio, evitando que seja rejeitada a implantação do embrião. Além disso, em alguns casos, níveis diminuídos dessa vitamina estão associados com a origem da síndrome de ovários policísticos (SOP). Além da exposição moderada ao sol, são boas fontes de vitamina D alimentos como sardinha, salmão, leite, ovos e iogurte.

Um estudo mostrou que baixos níveis de vitamina D em grávidas estão vinculados a uma redução da massa óssea no recém-nascido (até os 9 anos de idade) e pode ainda aumentar o risco de osteoporose numa idade mais tardia.

  • Vitamina B12 – É primordial para combater a anemia (caracterizada pela inibição na produção de glóbulos vermelhos), que pode desencadear alterações no ciclo menstrual e prejudicar a harmonia do sistema reprodutor. Nesse sentido, é especialmente necessária para as mulheres que não conseguem identificar o período fértil ou não ovulam regularmente. Se quiser ter níveis incrementados de vitamina B12, não esqueça de colocar no prato mariscos, ovos, salmão e caranguejo.
  • Vitamina B2 (riboflavina) – A deficiência dela é mencionada quando se fala em esterilidade, abortamento e nascimentos de baixo peso. O fígado usa essa vitamina para limpar metabólitos (resíduos) dos hormônios (estrogênio e progesterona). Se eles não forem excretados, o corpo “supõe” que possui o suficiente, e a produção diminui, resultando em deficiência hormonal. Fontes naturais de vitamina B2 são melaço, grãos integrais, carnes, legumes e sementes.

3 – Como um plano alimentar aumenta as chances de engravidar

Conforme vimos até aqui, aprimorar os nutrientes que ingerimos é parte de uma melhoria na qualidade dos óvulos, na prevenção de radicais livres e até mesmo na correção de disfunções hormonais. Assim, a mudança na alimentação continua a ser uma das intervenções mais promissoras no estímulo e preservação da fertilidade.

No entanto, na prática, como um plano alimentar pode incrementar as chances de uma gravidez? Em especial, eliminando um padrão inadequado, já que isso possivelmente conduzirá a desequilíbrios orgânicos conhecidos por dificultarem ainda mais a gestação natural.

Não é à toa que os planos alimentares são constantemente utilizados como um suporte terapêutico importante em técnicas como a fertilização in vitro e a inseminação artificial.

Uma das maneiras de organizar um plano alimentar, com porções que possam suprir as carências energéticas do dia a dia, é através da pirâmide de alimentos. Ela foi criada no intuito de auxiliar na implementação de uma alimentação saudável, isto é, com todos os níveis de nutrientes, vitaminas, carboidratos e proteínas que garantem o bom funcionamento do corpo.

Conhecer a pirâmide é essencial para quem deseja reeducar sua alimentação

Assim, a pirâmide alimentar pode ser usada como um guia por todos que desejam compreender melhor os alimentos, montar pratos com uma dieta variada e ao mesmo tempo moderada e colorida. Recomenda-se de acordo com ela, por exemplo, uma ingestão de aproximadamente dois litros de água diariamente, nos intervalos das refeições.

A pirâmide é aplicada, de forma geral, às pessoas que não tenham problema de saúde, mas a distribuição correta dos grupos de alimentos dela, assim como as quantidades, devem ser feitas conforme as necessidades nutricionais de cada pessoa, mediante indicação de um profissional nutricionista. Isso porque não seguir as orientações corretas pode comprometer a ingestão de nutrientes indispensáveis.

Por outro lado, a condição de tentante é algo bastante específico, portanto, é essencial que a mulher que pretende engravidar procure, também, um nutricionista, com ao menos três meses de antecedência, pois ele promoverá uma dieta personalizada, elaborada segundo o perfil da paciente, ou seja, respeitando as características individuais e estilo de vida dela.

O aconselhamento profissional ainda ajuda em outro lado da questão: as nossas próprias barreiras em relação à nutrição. Sabe quando escolhemos a todo momento as mesmas coisas para comer, apenas porque elas agradam ao nosso paladar? Isso também é prejudicial, porque aí talvez estaremos excluindo do cardápio os “superalimentos”. Mudanças nem sempre são fáceis, mas com a ajuda de um nutricionista esse processo pode ocorrer de maneira prazerosa e simples.

Sobre a marca: A Famivita reinventa e abre caminhos para chegar à gravidez sem necessidade de recorrer a tratamentos complexos e caros. Todos os produtos são desenvolvidos em conjunto com especialistas em fertilidade, médicos e as próprias mães, tendo o devido reconhecimento perante a Anvisa. Você pode encontrar todos os produtos Famivita aqui e pode verificar histórias reais e de sucesso de mulheres que conseguiram engravidar usando os nossos produtos aqui.

Sobre a autora - Patricia Amorim: Mãe de Joana, de Eduardo e de Melissa com um total de 7 anos de experiência em tentativas para engravidar. Ela é a idealizadora da marca Famivita e de um dos maiores portais de maternidade do Brasil, o Trocando Fraldas, que conta mais de 3 milhões usuárias mensais. Seu canal do YouTube possui mais de 250 mil inscritas.