Fevereiro de 2022, estudo feito pelo Trocando Fraldas com mais de 7.500 homens e mulheres entre 17 e 24 de janeiro de 2022: A chegada da ômicron ao Brasil, bem como sua rápida propagação, é o principal motivo para o segundo ano de impacto negativo na realização de uma das maiores festas populares do mundo. É que pensando nisso, as capitais brasileiras, mais o Distrito Federal, agiram no sentido de cancelar ou suspender as festas de carnaval deste ano, em decorrência da pandemia de Covid-19.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, o carnaval de rua foi suspenso, enquanto o desfile das escolas de samba foi remarcado para o feriado de Tiradentes, em abril.

Sabe-se que o carnaval é um evento cujas peculiaridades de grande movimentação de pessoas e aglomeração, por períodos prolongados, apresenta as condições para que prospere a incidência da covid-19. Os especialistas enfatizam, além disso, que a festa proporciona um alto contato interpessoal, de modo que se torna difícil evitar a transmissão viral.

É nesse complexo cenário que se fortalece o medo de contrair o vírus. Não é para menos, o mundo como conhecemos mudou drasticamente desde 2019. Com tantas mortes originadas pela covid-19 e a necessidade de inúmeras restrições, o estrago foi tão grande que hoje existe inclusive um termo para traduzir o medo do vírus e de suas consequências, a “coronafobia”. Como o nome sugere, trata-se de uma fobia resultante das situações desencadeadas pela pandemia, provocando ansiedade.

E, em nosso mais recente estudo também pudemos identificar esse receio, pois 89% das pessoas que integraram a pesquisa afirmaram que teriam medo de contrair o vírus, devido às aglomerações do carnaval. Quando se trata das respostas, por gênero, 74% dos homens informaram esse temor, contra 90% das mulheres.

Você tem ou teria medo de pegar covid durante a aglomeração de
carnaval?

 
 

Ir ou não ir?

Desde que a ômicron, uma variante da covid -19, espalhou-se pelo Brasil, houve uma elevação considerável no número de casos e de mortes relacionados à doença, em todo o território nacional. A ômicron foi detectada na África do Sul, no começo de novembro de 2021, e pesquisas já evidenciaram a propagação dela como 70 vezes maior do que a variante delta.

Ainda assim, nosso estudo constatou que 12% das pessoas que compuseram a pesquisa iriam à festa em caso dela ser promovida. Quando avaliadas as respostas por idade, constatou-se que o número dos que estariam na celebração, concentra-se na faixa etária que compreende dos 18 aos 24 anos, com 16%. O número cai em três pontos percentuais, com 13%, quando se trata de quem tem 50 anos ou mais.

Você iria ao carnaval se ele não fosse cancelado?

 
 
  • Na faixa etária que compreende dos 45 aos 49 anos, 15% afirmaram que iria ao carnaval caso ele não fosse cancelado.
  • 10% das mulheres grávidas que integraram a pesquisa disseram que estariam nas festas carnavalescas se não houvessem sido suspensas.
  • Em Goiás e no Distrito Federal, apenas 7% expressaram desejo de participar das festas de carnaval. A diferença foi mínima se compararmos com Santa Catarina e São Paulo, com 8%.
  • Alagoas, Piauí e Maranhão, lideram o ranking dos que estariam na celebração, com pelo menos 19%.

Cancelamento

Desde o final de 2021, especialistas no assunto têm se reunido para discutir, mais uma vez, o tema do carnaval no Brasil, sobretudo com o surgimento da nova variante, reafirmando que, pela covid-19 ser uma doença de transmissão respiratória, de pessoa para pessoa, a propagação do vírus será tanto mais intensa quanto maior for a aglomeração, e menor a adesão às medidas protetivas.

Em razão disso, as regiões passaram a deliberar acerca da inviabilidade de realização da festa. Em vários lugares, como nas cidades de Salvador (BA) e no Recife (PE), a celebração de Momo foi cancelada e sem qualquer definição acerca da efetivação da festa numa data posterior.

Em nosso estudo 93% dos integrantes apontaram ser a favor do cancelamento. A maior manifestação de apoio à suspensão foi encontrada na faixa etária que vai dos 30 aos 34 anos, com 96%. Vale ressaltar, também, que em nosso estudo 80% dos homens concordaram com o cancelamento, contra 93% das mulheres.

  • Em Goiás , 99% se mostraram a favor da suspensão da festa, contra 78% no Acre.
  • Piauí e Espírito Santo empataram com 88% no que diz respeito a não haver a celebração no país.
  • No Rio de Janeiro, 90% se mostraram a favor da suspensão.
  • São Paulo e Paraná concordaram, com 95% das participantes se revelando a favor do cancelamento da festa.

Índice de brasileiras que teriam medo de pegar a covid-19 nas aglomerações de carnaval, por estado

 

Ranking dos estados em que as brasileiras participariam do carnaval caso ele não houvesse sido cancelado

  • 1.Alagoas
  • 2.Maranhão
  • 3.Piauí
  • 4.Roraima
  • 5. Rio Grande do Norte
  • 6.Ceará
  • 7.Rio de Janeiro
  • 8.Tocantins
  • 9.Amazonas
  • 10.Amapá
  • 11.Espírito Santo
  • 12.Pará
  • 13.Rondônia
  • 14.Paraíba
  • 15.Pernambuco
  • 16.Sergipe
  • 17.Acre
  • 18.Bahia
  • 19.Rio Grande do Sul
  • 20.Minas Gerais
  • 21.Mato Grosso
  • 22.Paraná
  • 23.Mato Grosso do Sul
  • 24.São Paulo
  • 25.Santa Catarina
  • 26.Distrito Federal
  • 27.Goiás

Método de Pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 7.500 mulheres entre 17 e 24 de janeiro de 2022. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

  • Você é a favor de cancelar o carnaval devido à pandemia este ano?
  • Você iria ao carnaval se ele não for cancelado?
  • Você tem ou teria medo de pegar covid durante a aglomeração de carnaval?

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.