Estudo: Reforma da Previdência e Seu Impacto no Planejamento Familiar
Não há sombre de dúvida qual tema domina a discussão pública no início de 2018 – a reforma da previdência virá ou não? Enquanto governo e opositores trocam argumentos e brigam por votos, pouco interessa a opinião da população. Quem aprova ou reprova a reforma e já sente os impactos dela? Caso ela seja aprovada, certamente terá impactos comportamentais porque pode ser preciso trabalhar mais para garantir a aposentadoria. Isso pode refletir diretamente no planejamento familiar que talvez priorizem trabalho sobre ter filhos ou vice-versa.
Para encontrar respostas a essas perguntas e a sensação de justiça entre as gerações, o Trocando Fraldas executou uma pesquisa com mais de 16.000usuários, em sua maioria mulheres (15.000), do seu portal em todo Brasil entre os dias 05 e 16 de janeiro 2018 por meio de um questionário. Os participantes o preencheram de forma espontânea,indicando também sua faixa de idade, seu sexo e seu local de moradia para possibilitar comparações entre regiões e estados.
Perguntas
As seguintes perguntas foram postas:
- Você acha que a reforma da previdência é necessária?
- A reforma da previdência vai lhe atingir negativamente?
- Quem sofre mais com a reforma?
- Qual geração vai sofrer mais com a reforma?
- Você tem filho(s)?
- A reforma da previdência teria mudado seus planos de ter filhos?
- Como teria mudado?
- Você ainda pretende ter filhos?
- A reforma da previdência influencia nessa decisão?
Resultados
Para fins de comparação entre regiões, estados e capitais, as respostas às perguntas afirmativas foram convertidas em números, 1 para “Sim” e 0 para “Não”. Dessa forma foi possível calcular médias que são base de diversos gráficos e rankings dos resultados abaixo.
Necessidade da Reforma
- 58% dos brasileiros consideram a reforma da previdência desnecessária
- A reprovação não diverge entre os sexos e ou entre pessoas com ou sem filhos
- Há diferenças entre as faixas etárias, sendo a reprovação maior nas faixas entre 25 e 34 anos e principalmente aqueles que não querem mais filhos
- A faixa provavelmente menos afetada pela reforma acima de 50 anos possui o maior índice de reprovação
- Na região Norte, o apoio à reforma é consideravelmente maior com 45% ao Nordeste com a menor taxa de aprovação de 36%
- Em Rondônia, Santa Catarina e no Amapá quase metade da população apoia a reforma enquanto menos de um terço no Rio Grande do Norte, Distrito Federal e na Paraíba
- Em Florianópolis, a aprovação chega a 64% seguido por Porto Velho com 58% e em Teresina, Curitiba, Cuiabá e Sâo Paulo ainda tem mais gente a favor do que contra
- Capitais nordestinas como Aracajú (32%), João Pessoa, Recife e Salvador (todos 36%) oferecem o menor apoio
Ranking de Apoio à Reforma da Previdência – por Estado | |
---|---|
1. | Rondônia |
2. | Santa Catarina |
3. | Amapá |
4. | Amazonas |
5. | Roraima |
6. | São Paulo |
7. | Mato Grosso |
8. | Espírito Santo |
9. | Pará |
10. | Paraná |
11. | Rio de Janeiro |
12. | Piauí |
13. | Mato Grosso do Sul |
14. | Goiás |
15. | Rio Grande do Sul |
16. | Alagoas |
17. | Ceará |
18. | Minas Gerais |
19. | Maranhão |
20. | Sergipe |
21. | Tocantins |
22. | Pernambuco |
23. | Acre |
24. | Bahia |
25. | Paraíba |
26. | Distrito Federal |
27. | Rio Grande do Norte |
Impacto Negativo Pessoal
- 3 em cada 5 pessoas se sentem negativamente afetados pela reforma da previdência
- Enquanto os mais jovens e as faixas acima de 45 anos temem menos consequência negativas, o medo é maior para a população entre 30 e 39 com dois terços
- Relativamente aos homens, 9% mais mulheres relatam impactos negativos pela reforma que pode ser atribuído à menor prazo possível de contribuição quando têm filhos
- A divergência entre pessoas com e sem filhos também considerável com 6% levando à mesma conclusão da falta de possbilidade de contribuição com o INSS
- No Nordeste, o temor por consequências não desejadas é maior com 64% e menor no na região Norte com apenas 56%
- Sergipe, Tocantins e Rio Grande do Norte lideram o ranking do medo com mais de 70%, enquanto apenas 44% no Acre e 5 em cada 9 pessoas em Rondônia, Amazonas e Mato Grosso compartilham esse sentimento
- Três quartos dos moradores de Aracajú e Natal avaliam que a reforma não seja vantajosa para eles seguidos por Palmas, Salvador e Brasília com mais de 70% ainda
- Somente 56% das pessoas nas capitais do Sul calculam com problemas de aposentadoria
Quem sofre
mais com
a reforma?
Qual geração
vai sofrer
mais com
a reforma?
Desejo de Alteração de Planejamento Familiar no Passado
- 48% das pessoas mudariam seu planejamento familiar no passado sabendo que iria ter a reforma da previdência
- Principalmente as faixas etárias mais novas, os cidadãos com filhos e aqueles que agora não querem mais filhos teriam mudado algo no passado
- Mais da metade dos estados do Norte e Nordeste, liderados por Sergipe, Roraima, Alagoas e Amazonas teria mudado seus planos de ter filhos no passado
- Menos impacto, a reforma teria tido em todos os estados do Sul e Mato Grosso do Sul onde 6 em 10 pessoas não mudariam nada
- No Rio de Janeiro, São Paulo e em Brasíla entre 46 e 48% mudariam se pudessem e em Teresina apenas 1 em cada 3
- Uma mudança para o passado seria certa: as pais não teriam mais filhos, apenas 8% afirmam isso enquanto 29% queriam menos devido à reforma
- O maior impacto relativo ao momento de ter filhos não é tão evidente, mas as faixas etárias entre 30 e 49 preferiam ter tido seus filhos mais cedo do que tiveram
- Enquanto as mulheres sob essas circunstâncias preferiam filhos antes, os homens gostariam de ter esperado mais
- Aqueles que ainda querem ter filhos agora também desejam que poderiam ter tido mais cedo do que agora
Planejamento Familiar Futuro
- 57% dos brasileiros vão alterar seus planos de ter filhos devido à reforma da previdência, entre eles 64% dos homens
- Somente na região Sul com 50%, o impacto será menor
- Em Teresina, Curitiba e Porto Alegre, menos da metade são afetados, seguidos por Palmas, Brasília e Goiânia
- As capitais mais impactadas serão São Luís e Rio Branco com 7 a cada 10 seguidos por Salvador, Natal e João Pessoa com 63%
- Entre os que consideram a reforma em seu planejamento familiar, mais da metade vai reduzir a quantidade de filhos que pretende ter
- Para aqueles que ainda queriam filhos e agora não mais, a reforma da previdência é o principal motivo
- Os jovens entre 18 e 24 anos influenciados pela reforma não vão deixar de ter filhos mas afirmam querer ter mais tarde e desproporcionalmente menos filhos comparado a outras idades
- Acima dos 30 anos, menos da metade vê importância quanto planejamento familiar futuro porque geralmente já o concluiram