Janeiro de 2023, estudo feito pela Famivita com mais de 2.100 mulheres entre 19 de dezembro de 2002 e 02 de janeiro de 2023: É cada vez maior na vida das mulheres a relevância da carreira profissional e uma pesquisa divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou a representatividade da taxa de participação delas, em relação à força de trabalho, que já atingia 54,5%. Nesse contexto, o adiamento da gravidez é visto como a decisão que mais faz sentido.

É preciso ter em mente, contudo, o avançar do relógio biológico, posto que, diferente do homem, que dispõe de gametas a vida inteira, a mulher apresenta um tempo definido para a produção de óvulos. É por isso que a gestação natural torna-se mais difícil com o passar da idade. Na prática, o que acontece é que, a cada ciclo, centenas de óvulos são preparados, mas a mulher ovula apenas um, morrendo o restante. E, ao contrário do que se possa imaginar, esse estoque não se renova a cada ovulação, de modo que conforme transcorrem os anos, só ocorre a perda dele. A menopausa seria, digamos, o “ápice desse declínio”.

Para aquelas que têm o sonho da gestação, uma das mais importantes informações a se saber é o estado da reserva ovariana, ou seja, da disponibilidade de óvulos para a fecundação. Assim, seria possível se programar melhor e isso pode ser detectado por meio de um exame simples de sangue, em qualquer dia do ciclo menstrual, através da análise que dosa o hormônio anti-mülleriano (HAM). Contudo, relacionado a isso, o mais recente estudo da Famivita constatou que 45% das brasileiras desconhecem a existência desse exame.

Você sabia que existe um exame para avaliar a reserva
ovariana e fertilidade feminina?


Mudança de planejamento familiar

Vale ressaltar que, em geral, o ponto alto da fertilidade da mulher é visto na medicina como aproximadamente dos 18 até os 28 anos, dado que a reserva ovariana estaria no auge. Já entre os 32 e 35 haveria um bom potencial para a gestação, mas dessa idade até os 37, se dá uma queda acentuada referente à quantidade e qualidade dos óvulos. Tal cenário pode inclusive trazer uma maior possibilidade de riscos, especialmente a partir dos 40 anos.

A análise do hormônio anti-mulleriano se configura, assim, como uma ferramenta muito útil, especialmente quando é premente o dilema entre a carreira e as crianças. Isso porque tendo ao menos uma ideia do "nível de fertilidade", haveria um maior planejamento sobre quando seria melhor acontecer a gestação - apressando ou retardando esse processo.

Vale destacar que as consequências do adiamento da gravidez podem ser devastadoras se a mulher descobrir tarde demais que não pode mais obter a gestação naturalmente. E, a respeito disso, nosso estudo constatou que 64% das mulheres, ou seja, duas em cada três delas, antecipariam seus planos de ter filhos se o exame apontasse baixas chances de engravidar no futuro.

Você anteciparia seus planos de ter filhos se o exame apontasse baixa
chance de engravidar daqui para frente?

  • Especialmente dos 25 aos 29 anos, as mulheres não sabem que o exame existe, com 42%.
  • Entre as mulheres que estão tentando engravidar, 76% afirmaram que mudariam seus planos, caso fizessem o exame e soubessem o estado da sua reserva ovariana.
  • 71% das mulheres, entre 30 e 34 anos, mudariam seu planejamento familiar, se realizassem o exame e ele apontasse baixas chances de engravidar nos próximos anos.
  • 56% das mulheres tentando engravidar afirmaram estarem cientes acerca do exame.

De olho nos óvulos

Os óvulos ficam armazenados dentro de pequenas “bolsinhas” de tecido epitelial nos ovários. Essas estruturas, denominadas “folículos ovarianos”, são responsáveis pela produção do hormônio anti-mulleriano. Isso significa que, quanto mais folículos houver, maiores tendem a ser as dosagens de HAM na mulher.

Na atualidade, o exame anti-mulleriano é considerado o mais efetivo para apontar a queda da idade reprodutiva, predizendo a alta, adequada ou baixa resposta ovariana, podendo ser solicitado por qualquer médico. Contudo, conforme o nosso estudo, 91% das brasileiras nunca fizeram tal análise.

  • Mulheres na faixa etária dos 40 aos 44 anos são as que mais fizeram o exame, com 16%.
  • Entre as mulheres tentando engravidar, 10% delas mencionaram que realizaram o exame.
  • Em São Paulo e no Distrito Federal, 9% fizeram esse exame, já no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, esse número foi de 14% e 7%, respectivamente.

Ranking dos estados em que brasileiras já realizaram o exame anti-mülleriano

  • 1.Roraima
  • 2.Piauí
  • 3.Amapá
  • 4.Espírito Santo
  • 5.Rio Grande do Sul
  • 6.Amazonas
  • 7.Pernambuco
  • 8.Bahia
  • 9.Paraíba
  • 10.Santa Catarina
  • 11.Paraná
  • 12.Mato Grosso
  • 13.Rondônia
  • 14. Distrito Federal
  • 15.Acre
  • 16.Ceará
  • 17.São Paulo
  • 18.Goiás
  • 19.Rio de Janeiro
  • 20.Minas Gerais
  • 21.Alagoas
  • 22.Pará
  • 23.Rio Grande do Norte
  • 24.Maranhão
  • 25.Sergipe
  • 26.Mato Grosso do Sul
  • 27.Tocantins

Índice dos estados em que brasileiras sabem da existência do exame anti-mülleriano


Método de Pesquisa

O estudo teve abrangência nacional e foi realizado com mais de 2.100 mulheres entre 19 de dezembro de 2022 e 02 de janeiro de 2023. O método de coleta de dados foi feito por meio de questionário em formulário na internet.

As seguintes questões foram abordadas:

  • Você sabia que existe um exame para avaliar a reserva ovariana e fertilidade feminina?
  • Você já realizou o exame anti-mülleriano (AMH)?
  • Você anteciparia seus planos de ter filhos se o exame apontasse baixa chance de engravidar daqui para a frente?

Para efeitos de comparar os resultados entre regiões e estados, as respostas das perguntas afirmativas foram contabilizadas em números, 1 para “sim” e 0 para “não”. Algumas perguntas, com objetivo de obter resultados mais qualitativos, foram elaboradas com mais opções.