A algum tempo atrás, muitas mães alimentavam seus filhos com leite de vaca. Ou porque não tinham condições financeiras para comprar fórmula, ou porque não sabiam que dar leite de vaca para bebê não é recomendado por algum tempo.
Quando o Bebê Pode Tomar Leite de Vaca?
Oficialmente, o leite pode ser a bebida primária de uma criança com um ano de idade. Antes desse marco, o leite de vaca não deveria fazer parte da dieta do bebê1.
Por Que Não Dar?
A barriga do bebê não está pronta para digerir o leite de vaca em grandes volumes (600 a 1 litro diariamente, como leite materno ou fórmula) até que ele tenha aproximadamente um ano de idade.
O leite de vaca para bebê não é recomendado pelas seguintes razões:
- Em comparação com o leite materno e a fórmula, o leite de vaca para bebê é baixo em ferro, ácido linoleico e vitamina E
- O leite de vaca tem muito sódio, potássio, cloreto e proteína que podem ser muito prejudiciais para os rins do bebê.
- A introdução precoce do leite de vaca pode causar sangramento gastrointestinal microscópico e perda de sangue em até 40% em bebês a termo (este risco é maior em bebês prematuros)
- O leite de vaca pode causar uma reação alérgica, aproximadamente 0,3 a 7,5% de todas as crianças que consomem.
- O consumo de leite de vaca antes do 1º ano tem sido associado à anemia ferropriva em crianças2.
Importância do Leite na Idade Correta
Mas, uma vez que o bebê esteja pronto para receber o leite de vaca, ele desempenhará um papel importante na dieta saudável da criança. De acordo com nutricionistas, o leite de vaca para bebê, o consumo de seus derivados faz com que as crianças recebam nutrientes importantes e tenham dietas mais saudáveis do que aquelas que não o fazem. Por quê? Porque o leite:
- Fornece nutrientes como proteína, cálcio e potássio;
- Contém vitaminas importantes, incluindo vitaminas A, B e D;
- Ajuda a construir ossos, dentes e músculos fortes;
- Diminui o risco de osteoporose na terceira idade.
Como é Feita a Transição Para o Leite de Vaca?
Compreender como introduzir o leite de vaca é tão importante quanto saber quando os bebês podem tomar leite. Ideal introduzir o leite e seus derivados apenas depois de 1 ano de vida. Muitas mães se perguntam se dar leite de vaca para bebê significa que elas precisam parar de amamentar, mas a resposta é não.
Elas ainda podem amamentar ao fazer a transição para o leite de vaca, lembrando que a escolha de parar de amamentar é uma decisão pessoal, e não há prazo para isso.
Qual a Quantidade de Leite Que as Crianças Devem Beber?
Em geral, o recomendado é cerca de 480 ml, ou seja, 2 copos de leite por dia. É claro que 2 copos não parecem muito, mas oferecer leite de vaca para bebê é diferente de dar a fórmula ou o leite materno.
O leite não se torna a principal fonte de nutrição da criança, e não é preciso aumentar a quantidade enquanto o bebê cresce. No máximo poderá chegar a 600 ml diários, pois se ultrapassar essa quantia, o leite pode dificultar a absorção de ferro causando deficiência do mesmo no organismo.
Dicas de Transição Para o Leite de Vaca
Alguns bebês simplesmente não gostam do sabor do leite de vaca no início, mas existem algumas coisas que podem ser feitar para melhorar a aceitação do leite pelos pequenos:
- Aquecer o leite – A temperatura fria do leite pode ser um pouco surpreendente, especialmente se o bebê estiver acostumado com a temperatura do leite materno.
- Misture em fórmula ou leite materno – Fazer uma mistura do leite de vaca com fórmula ou leite materno, adicionando cada vez mais leite de vaca, fará com que o bebê acostume com o sabor e faça a transição completa. Eventualmente, o bebê vai se acostumar com todos os tipos de leite.
Mamadeira ou Copo de Transição?
Os médicos recomendam mudar de mamadeira para copo de transição. Isso porque o bico da mamadeira pode causar problemas para os dentes do bebê futuramente.
Mas nem todos os bebês estão prontos para fazer ambas as mudanças ao mesmo tempo. Primeiro, faça a transição para o leite de vaca e, em seguida, troque a mamadeira para um copo para que a transição seja mais suave.
Como Detectar Intolerância à Lactose ou Alergia a Leite
Às vezes, as crianças não tomam leite não por causa de um problema com o gosto, mas porque eles são alérgicos ao leite de vaca ou são intolerantes à lactose. Geralmente os pais irão descobrir no momento da transição para o leite3.
Há uma diferença importante entre uma alergia ao leite e uma intolerância à lactose. A alergia alimentar envolve o sistema imunológico e é devido a uma reação exagerada aos alimentos ingeridos, o que desencadeia uma série de sintomas desagradáveis e potencialmente perigosos.
Já a intolerância à lactose, é causada pela falta da enzima lactase, que é necessária para ajudar a digerir o leite. A maior diferença: enquanto uma intolerância à lactose pode causar uma grande quantidade de desconforto, nunca levará a uma reação fatal, como a anafilaxia, que pode ser provocada por uma alergia.
De acordo com alguns estudiosos, cerca de 2 a 3% das crianças menores de 3 anos são alérgicas ao leite, por isso a importância de não se dar leite de vaca para bebê antes da idade adequada.
A intolerância à lactose na infância é menos comum, mas torna-se mais frequente com a idade: estima-se que cerca de 65% das pessoas tenham uma capacidade reduzida de digerir lactose após a infância.
Então, como saber se o seu filho tem uma alergia real ao leite? De acordo com Sujan Patel, MD, alergista pediátrico no Hassenfeld Children’s Hospital da NYU Langone em Nova York, os sintomas mais comuns de uma alergia ao leite são:
- Urticária ou coceira, geralmente ao redor da boca, pescoço e braços
- Vermelhidão em todo o corpo
- Vômito
- Diarreia
- Inchaço de olhos, lábios e orelhas durante reações mais severas
Os sintomas para intolerância à lactose incluem:
- Inchaço
- Cólicas
- Náuseas
- Gases
- Diarreia
“Não há erupções cutâneas que ocorrem com intolerância à lactose”, diz Patel. Outra diferença é que, com uma alergia ao leite, todos os produtos lácteos induzirão sintomas, enquanto que com intolerância à lactose, alguns produtos lácteos que são baixos em lactose como certos queijos, como parmesão e meia cura, podem não causar problemas.”
Caso suspeite que seu filho tem alergia ao leite, o melhor é consultar um alergista pediátrico. Se a criança é alérgica ao leite de vaca, outros leites à base de mamíferos, como o leite de cabra e ovelha, provavelmente também estão fora da mesa, porque as proteínas nesses tipos de leite são muito semelhantes às encontradas no leite de vaca.
Também é importante saber que uma alergia ao leite pode não durar toda a vida. Cerca de 80% das crianças superarão a alergia ao leite até os 16 anos de idade, e a maioria dessas crianças irá superá-la pelo jardim de infância.
Leite Para Bebê Sem Lactose
Sim, para a intolerância à lactose, garantindo a quantidade de cálcio necessária e após 1 ano, pode-se oferecer leite de vaca e derivados do leite sem lactose. Se o bebê estiver em uso de fórmula infantil na introdução alimentar, a partir dos 6 meses até 1 ano, ideal que seja incluída uma opção sem lactose. Ainda investir nos alimentos ricos em cálcio como brócolis, amêndoa, amendoim e espinafre, se ele já tiver mais de 6 meses.
Quando o bebê que só mama no peito possui intolerância a lactose, é importante que a mãe retire da sua própria alimentação os produtos que possuem lactose porque eles podem passar para o leite materno, provocando sintomas como barriga inchada, gases e desconforto no bebê. Se o bebê só toma mamadeira deve-se usar uma fórmula sem lactose
Hoje nos mercados existem uma série de leites e fórmulas sem lactose. O importante é falar com o pediatra para ver o tipo certo de leite que se adeque ao seu filho.
Veja Também: APLV – Alergia à Proteína do Leite de Vaca
Fotos: Endre Majoros
Meu bebê tem 5 meses,e toma fórmula(nan 1 comfor) desde que nasceu, porém demora a arrotar, e ficava com muito gazes,e cólica.
ResponderFiz um teste e dei um leite sem lactose e ele se deu muito bem e arrotava rápido.
A pediatra disse para volta a dá a fórmula (nan1 comfor). Mais com a fórmula ele continua tendo gazes e cólica.
Então o que devo fazer?
Devo procurar outra opinião de outro pediatra?