Nos últimos anos, um dos maiores e mais versáteis órgãos do corpo humano – a pele – vem ganhando cada vez mais atenção quando se trata dos cuidados necessários à sua saúde. Pudera, além de nos fornecer proteção contra os mais variados elementos da natureza, lesões químicas e físicas e invasão de agentes infecciosos, por exemplo, é através dela que nos mostramos ao mundo.

É fundamental, portanto, estarmos à vontade em nossa própria pele: ela é o manto de revestimento do nosso organismo e, como tal, é indispensável à vida. Antenada a esse pensamento, a ciência tem nos trazido ótimas novidades sobre o que podemos fazer para mantê-la com um bom aspecto, mesmo com o passar dos anos.

Hoje há todo um mercado oferecendo opções para cuidados com a pele

E, por falar em passagem do tempo, existem substâncias que nunca envelhecem quando o assunto é tratar a pele: pelo efeito eficiente e comprovado, elas sempre estarão na moda. O ácido retinoico (chamado igualmente de tretinoína) se encaixaria bem nesse contexto, sendo uma das mais famosas.

Coisas “estranhas” aconteceram quando os fármacos retinoides surgiram. Isso porque a eficácia deles foi relatada desde 1969 em pacientes com acne e aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos como tratamento para esse problema, dois anos depois.

Até aí, tudo bem, mas o que ocorreu é que após a substância se tornar disponível ao público, pessoas que logo no começo da descoberta dos retinoides fizeram uso dessas substâncias na pele para tratar as espinhas, agora já idosas, informaram terem notado uma melhora geral em suas condições cutâneas.

Inúmeras pesquisas, então, foram feitas posteriormente para observar suas outras qualidades e várias delas foram verificadas, em grandes estudos e ensaios, bem como através da experiência clínica. Descobriu-se também, por exemplo, seu papel para retardar o envelhecimento cutâneo e corrigir manchas de sol na pele.

Não é à toa que hoje ele continua presente em tantas rotinas de skincare. E você conhece o ácido retinoico? Sabe como ele consegue trazer tantos benefícios? Fica com a gente até o fim para saber mais sobre o assunto.

  1. Sobre o ácido retinoico e os retinoides
  2. Diferenças entre o retinol e a tretinoína
  3. Ácido retinoico e acne
  4. Ácido retinoico e envelhecimento
  5. Ácido retinoico na rotina de skincare

Sobre o ácido retinoico e os retinoides

Antes de mais nada é preciso que se diga: os retinoides são necessários para diversos processos biológicos vitais, a exemplo da visão, reprodução, metabolismo e desenvolvimento ósseo. Isso porque eles são constituídos tanto pela vitamina A (retinol), como pelos seus derivados naturais, como o ácido retinoico.

A vitamina A não é sintetizada pelo nosso organismo; portanto, tem de ser fornecida de outros modos, como pelos alimentos de origem animal (como frango e bacalhau) e vegetal (como vegetais de folhas amarelas e verdes e cenouras), na forma de betacaroteno (pró-vitamina A). Depois ela é convertida em retinol. Quando em falta no corpo, podem surgir lesões na pele, com espessamento (ou seja, engrossamento) e descamação no estrato córneo (a parte cutânea mais externa).

Na prática, o ácido retinoico foi o primeiro retinoide a ser utilizado na clínica dermatológica. Como ele é considerado, em geral, o mais ativo biologicamente, é bastante usado em produtos de uso tópico (aqueles que se passam diretamente na pele).

Para se ter uma ideia, o sucesso da substância era tanto que até 1998 se estimava que aproximadamente 2.500 novos retinoides foram sintetizados pela indústria farmacêutica. E, como não podia ser diferente, as pesquisas sobre o tema também avançaram bastante.

Algo importante a ser levado em conta é que, no Brasil, a exposição à radiação ultravioleta (UV), devido à geografia e ao clima dos trópicos, é bastante expressiva. Embora uma boa parte da população do país tenha uma proteção natural maior, graças à melanina que existe na pele, casos de câncer de pele ocorrem com muita frequência e a tendência é o seu crescimento no futuro, tendo em vista o aumento da expectativa de vida.

A radiação ultravioleta é um dos fatores que mais envelhecem

Além disso, hoje é cada vez mais comum o uso tópico de vitaminas na pele para protegê-la dos efeitos dos radicais livres. Essas moléculas instáveis altamente reativas (que podem ser geradas por fatores como exposição excessiva ao sol e poluição, por exemplo), danificam as células saudáveis e geram mutações no DNA, acelerando o processo de envelhecimento (rugas, linhas finas e manchas). Para atacar o problema, a pele precisa de vitaminas como o retinol, já que ele é capaz de melhorar as condições gerais cutâneas.

Mas como acontece, de fato, a ação do ácido retinoico na pele? Entre outros fatores, a ação ocorre quando a vitamina A presente na derme (a segunda camada da pele) influencia a proliferação de fibroblastos (que sintetizam componentes importantes da pele e agem na regeneração dela) e o metabolismo do colágeno.

Dessa forma, o tratamento tópico com tretinoína pode levar, por exemplo, ao aumento da suavidade da pele, compactação do estrato córneo, trazendo uma aparência mais saudável, e o espessamento da camada granular (uma das subcamadas da epiderme), dando um suporte para eliminar as rugas.

Eles também atuarão em outras frentes como:

  • secreção de sebo;
  • inflamações;
  • reações imunológicas do corpo;
  • diferenciação celular (que na epiderme tem como objetivo principal formar uma barreira de proteção na pele);
  • redução do risco de câncer de pele.

A tretinoina, na pele adulta (na derme e, sobretudo, na epiderme), ainda se traduzirá em produção de fatores de crescimento. Esses fatores têm função específica na pele e participam em várias etapas do ciclo celular. São considerados moléculas protéicas, produzidas pelo organismo, que se ligam a outros componentes celulares, sendo fundamentais para proteção, manutenção da integridade da pele e regulação de tecidos.

Diferenças entre o retinol e o ácido retinoico

Quem já está um pouco ambientado a respeito das formulações que são usadas nos cuidados com a pele, já deve ter ouvido falar também na palavra retinol. Normalmente surge alguma confusão envolvendo ácido retinoico e essa substância.

Os dois são formas de vitamina A, sendo que o ácido retinoico é mais potente, pois é a forma biologicamente ativa dessa vitamina, além de ser considerado uma medicação (regulado pela Anvisa, aliás). Ele também tem um valor mais em conta e é comumente indicado para tratamentos mais intensivos.

Ao passar o ácido retinoico no rosto, ele é imediatamente identificado pelas células e começa a desempenhar a sua função. Isto significa que é mais eficaz, mas também que pode ter mais efeitos adversos, como irritação e secura.

Já o retinol é um derivado da vitamina A na forma livre, então ele tem de ser convertido pelo organismo em ácido retinoico. O que acontece é que não só essa própria conversão é um processo que requer atividade do organismo, como também nem todo retinol colocado no rosto vai ser totalmente convertido nesse processo.

Isso significa que o retinol normalmente é menos eficaz, mais suave, podendo demorar um pouco mais para entregar os resultados desejados.

Por outro lado, vários cosméticos (ou seja, não são considerados medicamentos) presentes no mercado hoje têm uma tecnologia que torna o retinol mais facilmente absorvido, trazendo um uso seguro e satisfatório, já que a grande vantagem do retinol é ter menos efeitos colaterais e, por isso, ele é melhor tolerado pela maioria das pessoas, que não se conseguem adaptar ao uso do ácido retinoico.

Em 1977, pacientes com cicatrizes endurecidas e altas foram tratados com solução de tretinoína 0,05% duas vezes por dia por três meses; 79% relataram melhora e 64% observaram melhora da coloração e diminuição da altura das cicatrizes. Este mesmo protocolo foi utilizado para o tratamento de outras difíceis cicatrizes (como as de pós-queimaduras), com melhora em 75% dos casos, caracterizada por clareamento, melhora da textura e diminuição da altura das cicatrizes.

Ácido retinoico e acne

Quando vemos uma espinha bem dolorida e inchada no rosto é difícil acreditar que o problema pode ter sido causado por algo aparentemente inofensivo: um pelo que inflamou com a ação de uma glândula sebácea. Por isso, a acne é uma doença chamada pilossebácea: ela atinge os folículos sebáceos, ou seja, as unidades compostas por uma glândula sebácea bem desenvolvida, e um pelo.

Em uma pesquisa efetuada em 2018 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a acne foi a causa mais frequente de consultas ao dermatologista, correspondendo a 8% de todos os atendimentos, sendo referenciada 771 vezes.

O tratamento da acne se justifica pela possibilidade de evitar tanto lesões cutâneas permanentes, que causam cicatrizes (algumas, inclusive, dificilmente tratáveis), quanto o surgimento ou agravamento de transtornos psicológicos, que resultam em um grande abalo à autoestima, como depressão e ansiedade.

A acne se manifesta de diferentes modos e com gravidades variáveis,

Em 2003, a Global Alliance to Improve Outcome in Acne, grupo internacional de especialistas na doença, criou uma classificação que vem sendo adotada pela maioria dos especialistas:

  • Grau 1: apenas comedões – que são um poro da pele ou folículo aberto (preto) ou fechado (branco) entupido por oleosidade, células mortas da pele e bactérias;
  • Grau 2: além dos comedões, pápulas inflamatórias (lesões sólidas e altas, com menos de 1 cm de diâmetro, facilmente detectáveis com o deslizamento das pontas dos dedos sobre elas);
  • Grau 3: presença de pústulas (espinhas com pus), além das lesões anteriores;
  • Grau 4: além das lesões anteriores, aparecem inflamações mais profundas, grandes nódulos, que podem conferir uma aparência desfigurante.

Pode-se dizer que são quatro os pilares da acne:

  1. Formação do cômedo – acontece uma obstrução na glândula sebácea, é como se uma rolha se formasse e impedisse a drenagem do sebo;
  2. Produção de sebo – começa uma grande elaboração de sebo por parte da glândula sebácea, devido à presença de hormônios andrógenos (principais hormônios masculinos), e esse excesso de sebo vai extravasar para as estruturas mais superficiais da pele;
  3. Evolução das bactérias – o sebo retido pela presença do cômedo, favorece o avanço bacteriano;
  4. Desenvolvimento da inflamação.

Também se sabe que a acne conta com uma “mão amiga” dos fatores genéticos para conseguir fazer esse estrago na pele. Essa influência atinge o controle hormonal, a hiperqueratinização folicular (ou seja, a descamação de células de queratina que se acumulam nos folículos, formando uma espécie de tampão) e a secreção sebácea.

Foi a partir da década de 60 que o ácido retinoico foi utilizado em problemas relacionados à hiperqueratinização. Na sequência, demonstrou-se sua eficácia no tratamento da acne, pois os retinoides penetram no folículo pilossebáceo e auxiliam a dissolver o sebo, prevenindo a formação de comedões.

Assim, de acordo com variados estudos realizados sobre o tema, o ácido retinoico pode ser utilizado em todos os estágios da acne leve a moderada, já que contêm propriedades anti-inflamatórias e pode manter a remissão da acne (ou seja, colaborar para que o quadro dela fique sob controle), ao evitar novas lesões.

Ácido retinoico e envelhecimento

Em 1995, o ácido retinoico foi aprovado pela FDA para o tratamento paliativo de rugas finas, hiperpigmentação (escurecimento da pele por aumento da produção da melanina) e fotoenvelhecimento (envelhecimento causado por exposição solar). De lá para cá, muita água rolou debaixo da ponte: uma infinidade de outras substâncias apareceram, o mercado cosmético se ampliou, mas ela continua sendo um dos mais poderosos compostos para melhorar a pele envelhecida.

A preocupação com o envelhecimento é crescente

A pele é um órgão complexo, composto essencialmente de três grandes camadas de tecidos:

  • uma camada superior feita de um epitélio (como já mencionamos, a epiderme);
  • uma camada intermediária, formada de um tecido que serve de sustentação no corpo, chamado “conjuntivo” (a derme, onde estão, por exemplo, os vasos sanguíneos e nervos);
  • e uma camada profunda, feita de tecido adiposo, ou seja, que armazena gordura (a hipoderme).

A epiderme é a parte visível da pele. Ela conta com quatro camadas (as quais, de dentro para fora recebem, respectivamente, o nome de germinativa ou basal, espinhosa, granulosa e córnea). Nelas acontecem várias mudanças a cada período, que percorrem algumas etapas, sendo que basicamente:

  • É na camada basal que se originam as células epidérmicas. Elas vão sofrendo modificações graduais na forma e em sua composição química, passando pelos estratos espinhoso, córneo, granuloso, e pouco a pouco ganham a superfície até se esfoliarem.
  • Ocorre, assim, um deslocamento permanente e repetido de células, pois elas saem da camada basal e atingem gradualmente a superfície da epiderme, para se desprenderem já mortas, acontecendo, desse modo, a renovação da pele. Isso porque elas se acumulam e vão sendo eliminadas, aos poucos.

Esse processo de renovação da epiderme leva em torno de duas semanas nas pessoas jovens, e em torno de 37 dias para pessoas com mais de 50 anos.

O ciclo chamado cornificação consiste justamente na transformação de células epiteliais em células córneas (mortas). Também é chamado de queratinização porque é nesse cenário que a queratina (proteína insolúvel produzida pela epiderme) é formada.

As células que sofrem cornificação são conhecidas como corneócitos e originam os lipídios (gorduras), presentes no estrato córneo. Entre esses lipídios, estão as ceramidas – sem elas há possibilidade da pele tornar-se ressecada e irritada.

Enfim, todo esse conjunto vai ajudar na retenção de água e, consequentemente, na manutenção da hidratação cutânea e de uma pele sadia. A questão é que a pele jovem é capaz de manter esta camada de lipídios intacta, realizando uma proteção contra a desidratação, além de se apresentar firme e elástica.

Vale lembrar que se existe um desequilíbrio do estrato córneo e em seus componentes, pode haver uma desaceleração na descamação natural. Por isso, a retenção de água nele é algo desejável.

Em geral, os sinais do envelhecimento incluem:

  • Perda da firmeza;
  • Perda da elasticidade;
  • Aprofundamento das linhas de expressão;
  • Redução da espessura da epiderme;
  • Alterações na capacidade de reparo da pele;
  • Diminuição da produção de sebo e suor, acarretando desidratação e resultando em uma pele seca e desvitalizada;
  • Engrossamento da parede dos vasos, diminuindo a nutrição e oxigenação;
  • Diminuição da gordura embaixo da pele, deixando mais aparente os nervos e ossos;
  • Maior fragilidade da epiderme, estando mais sujeita a feridas e ulcerações.

Em um estudo abarcando o fotoenvelhecimento, foi observado que as alterações nos tecidos da pele tratada com tretinoína, dependem do tempo de tratamento:

  • Primeiros meses – a melhora das rugas finas e da textura cutânea é associada à algumas alterações no estrato córneo;
  • Seis meses – a deposição de colágeno começa a melhorar;
  • Um ano depois – há aumento na síntese de colágeno e elastina, na chamada “matriz extracelular” (componente que une e fixa as células para formarem o tecido).
  • Dois anos depois – a gradual organização do colágeno persiste, bem como a diminuição da elastose (degradação de fibras elásticas e colágenas da pele), hiperpigmentação e aspereza.

A partir desses estudos, também se verificou que o ácido retinoico provocou aumento dos glicosaminoglicanos, os principais responsáveis pela hidratação cutânea e turgor (tônus, força original e elasticidade da pele). Como exemplo, o glicosaminoglicano mais comum é o ácido hialurônico.

A participação na produção de colágeno é outro exemplo de ação direta dos retinoides. E isso foi constatado em diversos estudos chamados “modelos experimentais”.

Em pesquisa, esse tipo de estudo pode ser definido como a materialização de uma parte da realidade, através da representação simples de uma ocorrência recente ou antiga.

Pois bem, em modelos experimentais, quando se fez tratamento com os retinóis, houve aumento de colágeno dos tipos l (encontrado na pele, tendões, ossos e dentes), lll (comumente encontrado nas artérias, no músculo dos intestinos e do útero e em órgãos como o fígado, o baço e os rins), e IV (conhecido como o colágeno que forma rede, porque se associa de forma a criar uma espécie de rede).

Ácido retinoico na rotina de skincare

Em uma rotina de skincare, o ácido retinoico, por ser fotolábil (ou seja, sensível à luz, ao calor e à umidade) deve ser inserido nos cuidados com a pele no período da noite.

Na rotina noturna também é quando se costuma inserir um fator de rejuvenescimento, então ele se encaixaria realmente nesse horário. No entanto, o motivo principal é que quando se faz uso dele a pele fica hipersensível ao sol.

Assim, é preciso reforçar os cuidados relativos à proteção solar. A atenção deve ser redobrada porque exposição solar e ácido retinoico definitivamente não combinam: juntos, eles podem causar manchas e até queimaduras. Por isso, se a sua rotina de skincare contém esse ácido à noite, sempre, no período do dia, não esqueça o uso da proteção solar (com fator de 30 ou mais).

Quando se mora em uma região muito quente, onde não dá para evitar exposição ao sol no verão, mesmo sem ir à praia ou piscina, muitos dermatologistas indicam fazer o tratamento com ácido retinoico apenas no inverno. Por outro lado, se você não se expõe ao sol forte, então é possível fazer o tratamento com tranquilidade desde que se use um bom filtro solar.

Para um uso seguro, algumas substâncias devem ser utilizadas apenas à noite

Muitos optam pela utilização do ácido retinoico conjunto à vitamina C tópica. Alguns fazem uso alternado (uma noite usam o retinoico; na noite seguinte, a vitamina C, por exemplo), outros optam pela vitamina C pela manhã e à noite inserem o ácido retinoico.

Normalmente esses ativos atuam com uma sinergia formidável, porque ambos aprimoram a pele nos aspectos do viço, clareamento de manchas, melhora das linhas finas e estímulo do colágeno, conforme dissemos anteriormente. Para quem tem acne, também como já enfatizamos, ela pode ser encaixada com sucesso na rotina.

Outra questão a ser abordada acerca do uso do retinoico na rotina é a hidratação, tendo em vista que ele pode ter um efeito ressecante. Nesses casos, geralmente são indicadas águas florais e calmantes para o equilíbrio da pele, como água de rosas e água termal, substâncias como aloe vera e ácido hialurônico, ou mesmo cremes mais hidratantes – isso dependendo da pele que se tem, uma vez que hidratantes mais pesados entopem os poros e podem favorecer o aparecimento de espinhas.

Algo importante e que se tornou conhecido após várias pesquisas é que a concentração mais indicada do ácido retinoico é 0,05%. Isso porque nessa quantidade se teria o maior número de benefícios, evitando efeitos adversos como a secura na pele, por exemplo. Essa dosagem é considerada intermediária, tendo em vista as demais concentrações geralmente encontradas (0,025 – a mais baixa, e 0,1% – a mais alta).

Também deve ser levado em conta que pode ocorrer a chamada dermatite por retinoides, que tem como características a vermelhidão, descamação, ressecamento e coceira. No entanto, essa reação é temporária. Ela ocorre, geralmente, no primeiro mês de uso. O que se pode fazer nesses casos é diminuir a frequência de aplicação ou da concentração.

Vale lembrar que quanto mais alta a concentração, maior é a possibilidade de irritação. Por isso, é comum que se comece com a dosagem mais baixa até a pele ir se habituando. Outra ideia é optar pelo retinol, já que ele tem um efeito mais ameno.

Claro que o ácido retinoico será um diferencial na rotina, mas não se deve esquecer o fato de que é uma substância que tem efeitos colaterais, como qualquer outra enquadrada como medicamento. O uso continuado a longo prazo, orientam os dermatologistas, pode, por exemplo, causar telangiectasias (microvasos, ou seja, aqueles vasinhos, especialmente na base do nariz), e poros dilatados.

Já a utilização inadequada pode causar ardor e erupções de acne, como o chamado “efeito rebote” – quando utilizamos produtos que ressecam e desidratam a pele, com o objetivo de remover toda a oleosidade, e ela responde produzindo mais sebo.

A tretinoína pode causar, ainda, teratogenicidade (ou seja, ela é capaz de produzir malformações congênitas no feto), então não deve ser usada por mulheres grávidas.

Por isso, o ideal é sempre fazer uma consulta ao dermatologista para que seja aconselhado o melhor tipo de tratamento com esse tipo de ácido.