O pós-parto é uma fase muito delicada para a mulher, no qual ela precisará de ajuda para coisas básicas como ir ao banheiro ou segurar o bebê, especialmente logo após o nascimento, por isso é muito importante o envolvimento do pai no pós-parto, ajudando-a a se sentir segura e melhor fisicamente.

Após o parto, a mãe é responsável pela amamentação e é a principal figura de ligação do bebê. Se a mãe precisa descansar, o bebê pode ficar com o pai, porém o papel do pai nesta fase não é fácil e, em geral, ele tem que enfrentar inseguranças, pressões e dúvidas.

O Lugar do Pai no Pós-Parto e no Puerpério

Até tempos não tão distantes, envolvimento do pai no pós-parto não existia. O pai quase não se envolvia com a gravidez de sua esposa, o nascimento e a educação das crianças.

Era comum, para aqueles que podiam pagar, que a ajuda que a mãe necessitava no pós-parto e no puerpério fosse dada por outras mulheres, porque não era “uma coisa de homem”.

Felizmente, as coisas mudaram nos últimos anos. Embora, a mudança seja lenta e envolva um esforço, o que acontece hoje em dia já difere muito. Hoje o envolvimento do pai no pós-parto quase nunca é um elemento passivo, ele não quer ficar à margem.

Muitas vezes, sentimentos de desconforto, insegurança e incerteza aparecem nos pais, como consequência da falta de definição sobre as funções que eles próprios querem e sentem que devem assumir, e também do que a família e a sociedade esperam deles.

Portanto, o envolvimento do pai no pós-parto deve ser definido através das tarefas que possam a ele serem delegadas para esse período.

Tarefas Mais Apropriadas Para o Pai Nesta Fase

Chegar em casa com o bebê é um momento crucial e às vezes temido pelos pais, já que o ambiente hospitalar que os dá segurança é abandonado. De agora em diante os pais estão “sozinhos perante o perigo” e tudo o que aprenderam ao longo da preparação para o parto parece desaparecer ou não ser cumprido.

É provável que a mulher ainda esteja se recuperando fisicamente, de modo que o envolvimento do pai no pós-parto seja importante. Na verdade, o mais comum é que ambos se ajudem para que o momento não venha a ser desastroso.

O conselho é que, depois do nascimento do bebê, o pai tenha o maior tempo possível para se dedicar a sua família. Se a licença paternidade pode ser adicionada aos feriados ou a dias livres por qualquer outro motivo, eles serão muito benéficos para o ele e toda a família se adaptar à nova realidade.

Ajude-a a caminhar, a levantar-se da cama, a aproximar-se do bebê. E os primeiros contatos com o recém-nascido serão constantes e valiosos para o envolvimento do pai no pós-parto e seu reconhecimento como pai. Ele também terá que cuidar da troca de fralda ou banho, enquanto a mãe não pode fazê-lo.

A criança desenvolve o vínculo de ligação com apenas uma pessoa. O desejável é que essa pessoa seja a mãe, e que essa união seja criada sobretudo pela amamentação.

A dedicação da mãe ao bebê nesses casos é exclusiva. Todo o seu tempo está destinado a estar com ele. O envolvimento do pai no pós-parto inclui, neste sentido, acompanhar e dar uma mão em tudo o que está ao seu alcance, como por exemplo: ajudar a mulher a se sentar ou levantar, quando isso ainda lhe for difícil nos primeiros dias de pós-parto, realizar as tarefas domésticas, como cozinhar, limpar a casa, ir ao supermercado, cuidar das outras crianças (se houver), entre outros.

Uma delas é gerenciar e filtrar as visitas de pessoas que desejam conhecer a criança, quem pode ter que esperar um pouco também é uma tarefa que pode ser deixada para ele. E, possivelmente, as lembranças daqueles dias – em fotos, vídeos também são muito melhores ser tiverem o pai como responsável.

Para muitos homens, o envolvimento do pai no pós-parto não significará muita mudança na sua rotina habitual, mas outros precisarão de um período de adaptação e até mesmo um pouco de calma para lidar com essa nova fase.

Um conselho a ser dado é: para que o homem não sofra esse impacto com seu envolvimento no pós-parto, que durante a gravidez ele se proponha a se preocupar um pouco mais com a maneira de como sua casa funciona.

Apoiar a Mãe é Estar Cuidando do Bebê Através Dela

Durante esse primeiro momento, o pai é uma figura secundária para o bebê. A mãe, por sua vez, dedica toda a sua atenção ao pequeno. Como resultado, o pai pode se sentir excluído de um relacionamento tão próximo quanto o que ocorre entre a mãe e a criança nos primeiros meses.

É assim que, em muitos casos, os homens sentem ciúmes do bebê. É o que os especialistas chamam de complexo de Laio. Isso, somado ao desconforto e à incerteza, às vezes gera sensações no homem como abandono ou rejeição, um certo descontentamento com o filho e a rivalidade com o casal, o que leva a conflitos e crises que até mesmo podem terminar em uma separação.

Portanto, a comunicação é essencial. Muito diálogo, para que ambas as partes expressem seus sentimentos da maneira mais aberta possível, sem julgar o outro, mas tentando entender e encontrar soluções.

E a Licença Paternidade Como Funciona?

Atualmente, os pais que trabalham têm um período de 5 dias para ficar com sua esposa e filho – Licença Paternidade. Algumas empresas adotam uma licença paternidade um pouco maior, contudo vale apenas para os trabalhadores de empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã (programa que entrou em vigor em 2008, e é o mesmo em que companhias oferecem 6 meses de licençamaternidade em vez de 4 para as mães).

Porém nem todos conseguem ou podem deixar de trabalhar nesse período (no caso dos autônomos). Consequentemente, esse tempo não é suficiente para a recuperação da mãe, portanto ele pode ser uma figura secundária para o bebê, mas o envolvimento do pai no pós-parto é necessário e muito importante para a mãe.

Aproveitar esse tempo para passar com a esposa e seu bebê com certeza refletirá em benefícios futuros.

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Fotos: Andrew Blight