O ciúme não é um sentimento incomum para os seres humanos. Porém, para mães que acabaram de engravidar ou dar à luz, pode se tornar motivo de sofrimento, tanto para elas quanto para os que estão ao redor querendo mimar o novo bebê. A mãe é uma pessoa querida por todos e não seria diferente com seu bebê.
Mil mudanças acontecem nessa fase. Um sentimento imenso de amor surgirá. Um amor sem explicação, que pega muitas mulheres de surpresa, pois nem imaginavam que poderia haver um amor tão intenso e forte na vida.
Por isso, em vez de uma gravidez ou o nascimento de um bebê ser motivo de festa, pode trazer sentimentos ruins para a mamãe, fazendo com que ela se sinta mal por ter pensamentos considerados egoístas até por ela mesma. Mas o que poderia levar uma mãe a ter tanto ciúme do bebê com outras pessoas da família e até mesmo com o pai do bebê ou com as avós?
Quando o Sentimento de Ciúme Aparece?
Quando a mulher já é ciumenta antes de engravidar, é comum o sentimento surgir ainda antes do nascimento do bebê. Mas o sentimento de ciúmes também pode ser independente de a mãe já ser ciumenta. Pode surgir ainda na gestação, embora o mais comum é que surja após o parto.1 Muitas mulheres se pegam pensando:
“Fulana não vai tocar no meu bebê”
“Não vou deixar beltrano pegar meu filho”
“A sogra não pode ficar em cima do meu filho, não quero ninguém dando palpites sobre meu bebê”
Não é incomum que, após o nascimento do bebê, a mãe dispense a ajuda de familiares como a sogra, as cunhadas, os amigos e até mesmo a própria mãe. Em casos extremos, até do papai do bebê, seu companheiro.
Por que o Ciúme do Bebê Aparece?
Isso acontece porque o sentimento que ela tem naquele momento é, de certa forma, de perda. Perda? Sim! O sentimento de ciúmes acontece porque antes, durante a gestação, seu bebê dependia 100% dela para tudo. Estava guardado em seu ventre e nele recebia tudo o que precisava exclusivamente dela.
Logo após o nascimento, ela é essencial, claro, mas não é indispensável. Antes o bebê era só dela. Agora ela tem que dividir com outras pessoas, como amigos e familiares. Por mais que sejam pessoas queridas, a mãe sente que está perdendo algo.
Todos querem pegar o bebê no colo, dar banho, trocar suas fraldas e roupas, e ficam ao redor quase que em tempo integral. Quem era apenas um indivíduo agora se torna duas pessoas, e o sentimento de ter que dividir, para algumas pessoas, pode não ser tão fácil assim de lidar.
Para algumas mulheres, não é fácil ver seu maior amor nos braços de outras pessoas.
De certa forma, o bebê se torna alvo de possessividade da mãe, mesmo que, na maioria das vezes, seja um sentimento involuntário. Agora ela não quer que ninguém se aproxime do seu bebê, e pode ser hostil em determinadas situações, porque quer continuar cuidando do seu bebê 100% do tempo, mesmo ainda se recuperando do parto.
Não é fácil ver seu maior amor, aquele que você nunca imaginou sentir, nos braços de outras pessoas. Sogra, cunhadas, avós, tias, tios, amigas, etc. Embora todos estejam felizes, algumas mulheres se sentem invadidas, até mesmo roubadas no momento mais feliz da sua vida.
Como Lidar Com o Ciúme do Bebê
A pessoa que mais sofre com o ciúme de mãe após o parto é a própria mãe. O bebê que acaba de chegar é alvo do amor de todos os familiares que rodeiam a gestante que agora se tornou mãe. O desapego deve ser trabalhado assim que começar a surgir o sentimento de posse, ainda na gravidez ou na maternidade.
Normalmente, quando a mãe se sente estranha e comenta com o médico obstetra, ele recomendará uma conversa com a psicóloga ainda na maternidade, pois esse sentimento deve ser cortado assim que surgir. O sentimento de posse deve ser entendido pelos familiares, claro. Porém, a mulher tem que entender que o bebê agora faz parte de um meio social, e isso é fundamental2.
Ao mesmo tempo, cabe aos familiares respeitar esse sentimento da mulher. Caso ela coloque algumas regras, é fundamental que todos respeitem. Inclusive o marido. A hora da amamentação, por exemplo, é essencial que seja respeitada. Nesse momento mãe e filho estão se conhecendo, se entendendo e se olhando. Mas é importante que a mulher permita que outras pessoas possam ajudá-la a cuidar do seu bebê, pois é um exercício saudável para trabalhar o ciúme em excesso.
É importante lembrar que o ciúme pelo filho sempre existirá. A vida toda teremos que lidar com o sentimento de perda, seja para a avó, tias, amigas, escola, professoras. Até o momento em que aquele filho se torna um rapaz ou moça e começa a se relacionar romanticamente com outras pessoas. O importante é saber lidar com o sentimento de ciúme logo que ele aparecer. Seja em que fase for, na gravidez ou no pós-parto, não tenha vergonha de procurar ajuda.
Mas Quando o Ciúme é do Pai do Bebê?
É muito comum os pais ficarem enciumados do bebê com a mãe3. Isso porque, agora, ela dará atenção quase que exclusiva à sua cria recém-nascida. E o marido muitas vezes é deixado em segundo plano. Essa confusão é mais comum de acontecer com o primeiro filho, pois o pai se sente preterido ao perder um lugar que antes era exclusivo.
A esposa que antes era somente dele, de uma hora para outra tem que dividir atenções com um rapazinho ou mocinha que acabou de chegar. Este sentimento é normal. Porém, assim como a mãe, o pai deve trabalhar esse sentimento, pois pode atrapalhar o relacionamento com o filho que acabou de chegar.
É importante lembrar que o homem só se torna pai quando o bebê nasce, pois ele só conseguirá sentir o que a mulher sente durante a gravidez, após o parto. Como sempre, um psicólogo pode e deve ser consultado.
Veja também: Importância do Envolvimento do Pai no Pós-Parto
Foto: Nikon D3200
Sou mãe de primeira viagem e meu filho ainda não nasceu, mais…já estou apavorada. Na minha cabeça só se passa que todo mundo vai querer ficar em cima, dando palpite, querendo pegar ele toda hora, vir na minha casa todo dia e isso me irrita de um jeito que vcs não tem noção. Um pouco é ciúme eu reconheço, mais também é cuidado. Eu não quero que se torne excesso de cuidado porque pode prejudicar a vida do meu filho também. Porém como sou mãe de primeira viagem quero me dedicar 100% pra ele e passar por tudo que uma mãe passa. Eu queria muito que minha mãe tivesse comigo nesse momento para eu pedir a opinião e a ajuda dela, infelizmente ela faleceu as uns 2 anos atrás o que me deixa mais triste e me sentindo mais sozinha ainda. Eu li o artigo acima e tudo que eu precisava saber encontrei nele. Obrigada
ResponderOlá! Tenho passado por essa situação do ciúmes, com meu bebê de 1 ano e 2 meses, com minha mãe e minha irmã. Noto que querem disputar atenção dele comigo, que sou mãe. Querem muita das vezes, fazer eu sentir como se em tudo elas fossem as melhores e que ele gosta muito mais de estar com elas, do que comigo. E isso tem me maltratado bastante e infelizmente elas convivem na mesma casa, conosco. Não pedi para irem embora, pq não tenho coragem. Mas tenho me sentindo péssima, com nossa convivência.
ResponderMas se os parentes realmente estão passando doa limites, antes eu achava que era ciúmes meu que era coisa da minha cabeça, mas qua do eu saio com meu filho ,tipo hoje por exemplo eu mau o seguro,minha sogra e sua irmã tia avó deles ,parecem ter tipo uma obsessão por ele, eu n posso fazer nada pro meu filho elas querem fazer tudo,hoje por exemplo eu pegava meu filho e elas no mesmo instante pegavam de min, e as duas ficam também disputando atenção dele, no começo eu achava legal o amor delas por ele e ainda acho ,mas elas estão passando por cima de min, eu tento ser o mais cordial possível mas to de saco cheio, e outras pessoas também perceberam não foi só eu.
ResponderBrenda, tenho passado pela mesma situação, o pior de tudo, minha sogra mora em cima, então é o dia inteiro vindo em baixo, querendo ver meu filho (ele tem 1 ano) e eu já conversei com ela sobre, e nada muda, ela simplesmente não respeita, me irrita muito ela querer chamar a atenção dele pra tirar ele de mim, imita tudo que eu faço com ele, na verdade vejo que ela que queria cuidar, e criar ele (repetir o que a mãe dela fez o filho). Não aguento mais, tá me sufocando e me deixando mal a situação
ResponderSou mãe de primeira viagem e me vi no seu artigo. Sua sugestão de acompanhamento psicológico é muito boa. Pena que muitos entendem como “bobagem” e “frescura” da mãe e não respeitam os limites.
ResponderHoje eu deixei de usar rede social, por que a familia sempre printa as fotos e/ou reposta nas redes deles a foto do meu filho. Sem pedir minha autorização. Nunca tive coragem de falar que não gosto. Difícil. Prefiro me afastar.
Pamela, estou passando pela mesma situação que você! Me irrita demais tirarem print das fotos do meu filho e repostarem sem minha autorização. Estou chegando no ápice do meu limite, já não sei mais o que fazer.
ResponderIsa, esse comentário escrevi no começo ano.Hoje, alguns meses depois, resolvi chamar pra conversar, ser franca e falar que não me agrada e que precisamos encontrar um equilíbrio com as coisas. Sei que é amor, é orgulho, é a vontade de querer mostrar pro mundo o quão lindo é o neto, sobrinho, afilhado, primo, mas isso não dá o direito de fazer sem autorização dos pais. As fotos que posto do meu filho, são momentos que quero eternizar no digital, se envio num grupo do whatsapp é pq não quero que outras pessoas vejam e compartilhar sem nossa autorização é algo que invade a privacidade, principalmente da criança. Depois desse diálogo franco, teve cara feia, mas não tivemos mais fotos compartilhadas (bom, ao menos que tenhamos visto) rs
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