No ano passado realizamos a primeira pesquisa sobre a possibilidade de conciliar a profissão com a vida familiar e principalmente com a possibilidade de cuidar dos filhos. Será que o Brasil avançou ou continua no mesma? 10 mil mulheres participaram da pesquisa e relataram sua vivência pessoal e a impressão sobre o sistema brasileiro.
Perguntas
As seguintes perguntas foram feitas:
- Você acha que sucesso na carreira profissional é mais difícil quando tem filhos?
- Você já teve ou teria medo de perder o emprego se engravidasse?
- Sua decisão de ter ou não ter filhos foi afetada por motivos profissionais?
- Como seu chefe reagiu ou reagiria ao saber da gravidez?
- A volta para o trabalho foi (ou será) ...
- Onde seu bebê ficou quando você voltou a trabalhar?
- Conseguir uma vaga em creche é ...
- Quando seu filho está doente quem fica em casa para cuidar dele?
- Como você avalia a possibilidade de conciliar maternidade e vida profissional no Brasil?
- Quantos meses seria o prazo ideal para a licença-maternidade?
Resultados
Para fins de comparação entre regiões, estados e capitais, as respostas às perguntas afirmativas foram convertidas em números, 1 para "Sim" e 0 para "Não". Dessa forma foi possível calcular médias que são base de diversos gráficos e rankings dos resultados abaixo. Além disso foi diferenciado entre mulheres com e sem filhos e a faixa etária.
Dificuldade de Sucesso Profissional com Filhos (% que percebe maior dificuldade) | ||
---|---|---|
Amapá | 82% | |
Ceará | 63% | |
Distrito Federal | 63% | |
Paraíba | 61% | |
Rio de Janeiro | 61% | |
Piauí | 60% | |
Mato Grosso | 59% | |
São Paulo | 59% | |
Goiás | 58% | |
Paraná | 57% | |
Amazonas | 57% | |
Brasil | 56% | |
Mato Grosso do Sul | 56% | |
Pernambuco | 54% | |
Bahia | 54% | |
Rio Grande do Norte | 54% | |
Sergipe | 53% | |
Minas Gerais | 53% | |
Espírito Santo | 52% | |
Santa Catarina | 52% | |
Maranhão | 51% | |
Pará | 50% | |
Rio Grande do Sul | 50% | |
Alagoas | 49% | |
Roraima | 48% | |
Rondônia | 48% | |
Acre | 48% | |
Tocantins | 44% |
Sucesso Profissional com Filhos
- Como em 2017, 56% das mulheres enxergam uma dificuldade maior no sucesso profissional com filhos.
- Nas mulheres que já tem filhos e sabem das dificuldades, o percentual sobre para 61%, enquanto apenas 52% das sem filhos já sentem as dificulades futuras.
- A pressão de conciliar os dois é maior para as gerações mais novas porque para metade das mulheres acima de 45 anos não há problema algum.
- Mulheres do Centro-Oeste continuam a sentir as maiores dificuldades com a média subindo de 58% para 59%. O Sudeste segue com 58%.
- A taxa no Norte permanece a menor com 52%, mesmo nível do ano passado, seguido pelo Sul onde 53% sentem essa dificuldade.
- O estado com maior dificuldade entre as mulheres é o Amapá com 82% seguido pelo Ceará e o Distrito Federal de 63%. Em Tocantins, Acre, Rondônia e Roraima, menos da metade das moradoras sente sua carreira profissional afetada pelos filhos.
- Os grandes centro du Sudeste como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte demonstram dificuldades acima da média com 59% a 62%.
- Boa Vista, Maceió, Palmas e Florianópolis são as capitais que mais facilitam combinar a vida profissional com o desejo de ter filhos.
Influência da Carreira Profissional na Decisão por Filhos
- 23% das mulheres alteram seus planos de ter filhos devido a motivos profissionais, 1% a mais do que no ano passado. A importância da carreira é maior para as mulheres entre 35 e 39 anos com 27%.
- No Centro-Oeste e Sudeste, 1 em cada 4 altera os planos enquanto no Sul e Norte apenas 1 em cada 5.
- O Distrito Federal e o Rio de Janeiro estão com números expressivamente acima da média nacional com 35% e 29% respectivamente, enquanto na Paraíba e Alagoas apenas 1 em cada 6 deixa-se influenciar pela carreira.
Medo de Desemprego por Engravidar
- Como em 2017, ainda 3 em cada 7 brasileiras sentiram medo de perder o emprego ao engravidar ou sentem se engravidarem agora.
- O medo é maior na faixa etária de 18 a 24 anos onde 45% das mulheres estão apreensivas.
- Nas regiões, as situações se reverteram um pouco com as mulheres no Centro-Oeste mais relaxadas em 40% (44% no ano anterior) e o Norte pulando de 39% para a liderança do medo e 43%.
- 3 estados do Norte com o Amapá, Acre e Amazonas apresentam mais de metade das mulheres com medo de perder o emprego, enquanto em Mato Grosso, Sergipe e Mato Grosso do Sul mal passa de um terço.
- São Luís, Rio de Janeiro e Curitiba possuem índices bem acima da média com 46% a 48% respectivamente enquanto Vitória, Florianópolis e Fortaleza estão abaixo da média nacional.
Reação do Chefe
- A pressão por parte dos chefes aumenta, apenas 57% percebem que seu chefe ficaria feliz com a gravidez e 19% até sentem vontade de ser demitidas na hora, uma alto de 3% comparado ao ano passado.
- A impressão independe se a mulher já teve ou ainda terá filhos, mas varia de acordo com a idade, tendo a maior repressão para a geração mais jovem de 18 a 24 anos enquanto as mulheres acima de 40 anos relatam que 70% dos chefes ainda ficaram felizes.
- No Norte, as reações são mais positivas, principalmente no Tocantins, Acre e Pará, e no Sudeste com tendência negativa no Espírito Santo e São Paulo.
- Os dirigentes de empresas em Natal, Brasília e Teresina têm mais empatia pelas funcionários do que em Cuiabá, Vitória ou Porto Alegre.
Prazo da Volta ao Trabalho após Licença-Maternidade
- Apenas um terço consegue voltar ao trabalho com o fim da licença-maternidade, outros 25% nos 6 meses seguinte e para 22% é praticamente impossível devido aos filhos.
- Há uma tendência clara de que fica cada vez mais difícil para as mais novas de voltar ao trabalho e conciliar com o filho.
- Em média, as mulheres levam um ano para voltar ao trabalho com pouca variação entre as regiões.
- No Amazonas e e Santa Catarina, as trabalhadoras levam em média 1,5 mês a mais para voltar ao trabalho, enquanto no Piaupi, Ceará ou Maranhão já voltam com menos de 1 ano.
- A maior dificulade nas capitais tem as mulheres de Florianópolis seguidos pelas em Boa Vista, Goiânia e João Pessoa.
- Mais fácil é voltar após a licença em Macapá, Palmas, Maceió ou Teresina.
Onde Fica o Bebê após a Licença
- Mais uma vez avós e outros parentes próximos são a salvação de 3 em 7 mães para cuidar do filho quando volta ao trabalho, em apenas 11% dos casos o pai fica com a criança.
- Como no ano passado, a possibilidade de deixar a criança na creche se apresenta para menos de um quarto (23%), independente da idade da mãe.
- 1 em cada 4 mulheres tem que encontrar uma forma não tradicional para cuidar do bebê enquanto trabalha.
Onde seu bebê ficou quando
você voltou a trabalhar?
Dificuldade de Conseguir Creche
- Apenas 18% da população encontra uma vaga de creche com facilidade e 28% avaliam como muito difícil a busca. Não surpreende que isso é igual para mulheres de todas as idades.
- O aperto está maior no Centro-Oeste e no Sul e menor no Nordeste.
- No Distrito Federal, Goiás e Paraná, a falta é mais notória para as mães, enquanto em Alagoas, Bahia e Ceará é consideravelmente mais facil arrumar uma vaga.
- Além de Brasília, os pais em Palmas, João Pessoa e Campo Grande sofrem mais com a falta de vagas. Em Salvador, Teresina e Fortaleza, a situação está menos difícil.
Conseguir uma vaga
em creche é...
Cuidado do Filho Doente
- Em casos de doença, são 63% das mulheres que tem que ficar em casa com o filho.
- Apenas em 1 em cada 14 pais fica em casa.
- A segunda opção para cuidas dos filhos doentes são os avós que um quarto das mães recorre.
- Quanto mais novas as mães, mais são elas que ficam em casa com o bebê e menos outras opções tem para cuidar do filho.
Avaliação Geral
Como você avalia a
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Ranking da Dificuldade para Capitais (ordem descrescente com 1. apresentando a maior) |
|
---|---|
1. | Brasília |
2. | Rio Branco |
3. | Manaus |
4. | Goiânia |
5. | Campo Grande |
6. | Teresina |
7. | Macapá |
8. | Rio de Janeiro |
9. | Palmas |
10. | Natal |
11. | Porto Alegre |
12. | Vitória |
13. | Fortaleza |
14. | Curitiba |
15. | Recife |
16. | Florianópolis |
17. | São Paulo |
18. | Belém |
19. | Aracajú |
20. | Belo Horizonte |
21. | Boa Vista |
22. | João Pessoa |
23. | Maceió |
24. | Salvador |
25. | Cuiabá |
26. | São Luís |
27. | Porto Velho |
Prazo da Licença-Maternidade
- 56% acham adequando o prazo da licença-maternidade atual com 6 meses que agora vale para todas as mulheres.
- 44% desejariam uma licença maior, mas com a grande maior não desejando que não ultrapasse de um ano.
- A avaliação da necessidade da licença-maternidade varia entre mulheres com filhos, onde apenas 51% das mulheres se contentam com 6 meses ou menos, e as sem onde 59% acham esse prazo suficiente.
- Principalmente as mulheres do Centro-Oeste e do Sul preferiam uma licença maior com uma média de quase 8 meses, enquanto as mulheres no Nordeste julgam 7 meses suficientes.