O nascimento de um filho é sempre sinônimo de muita alegria para os pais e para toda a família, e quando a notícia é que a mulher está grávida de gêmeos, existe uma surpresa inicial, mas a alegria tende a ser maior ainda. Toda a expectativa de chegada das crianças vem junto com um preparo mental financeiro e a ansiedade de estar presenciado algo tão raro e tão bonito ao mesmo tempo.

Apesar de esses sentimentos bons serem normais nessas circunstâncias, há casos em que toda essa alegria se torna angústia e preocupação, que é o que ocorre quando há a morte de um dos gêmeos no útero, por exemplo.

A morte sempre é motivo de trauma para qualquer família, o que é algo normal. Mas a morte de um filho, mesmo que seja a morte de um dos gêmeos no útero ainda sempre vem carregada com uma tristeza diferente, o que pode abalar muito os pais, o que torna tudo muito preocupante, principalmente para a saúde da mãe.

Para lidar com a dor que uma perda como essa causa, ter suporte psicológico é fundamental, afinal, a mamãe precisa estar bem para passar pelo restante da gestação de forma saudável. Por isso, recomendo buscar uma psicóloga com experiência em atendimento a tentantes e gestantes1. Conheça o serviço de psicologia da Famivita e conte com primeira sessão de avaliação gratuita. Clique aqui e saiba mais!

É claro que o luto existe, mas também existe mais uma criança viva dentro da mulher, o que geralmente desperta uma mistura de sentimentos como preocupação e esperança. Para entender melhor os motivos e as consequências desse tipo de fenômeno, separamos alguns tópicos que consideramos essenciais para o entendimento do assunto.

O Que Acontece Quando um dos Gêmeos Morre no Útero?

Em casos como esse, é necessário levar a gestação até o final e ter o parto normalmente. Isso porque o outro feto provavelmente vai ficar fragilizado com a morte de seu irmão e não pode correr nenhum tipo de risco até o nascimento. É claro que diversos cuidados também precisam ser tomados, tanto na questão física quanto na psicológica, já que se trata de um grande trauma para a mãe.

Apesar de soar estranho e até mesmo chocar muitas pessoas, o procedimento padrão a ser seguido é de ficar com o bebê morto dentro da barriga até o fim da gravidez. Muitas vezes, mesmo morto, o bebê continua se desenvolvendo e até mesmo liberando hormônios, é claro que isso depende das causas da morte do bebê e também do período da gravidez em que ela ocorreu2.

Muitos acreditam que o outro bebê esteja correndo riscos e que é melhor tirá-lo de dentro da mãe, mas a verdade é que forçar um parto pré-maturo pode ser muito mais prejudicial para o bebê. O importante nesse momento é manter a calma e entender a situação para que ela possa ser levada até o final e para que nem a mãe e nem o outro bebê sofram nenhum tipo de dano à saúde.

É Normal Acontecer a Morte de um dos Gêmeos no Útero?

Uma gravidez gemelar normalmente conta com mais riscos do que uma gravidez comum e por isso existe mais de um motivo para que ocorra a morte de um dos gêmeos no útero3. No primeiro trimestre de gravidez, por exemplo, pode acontecer de uma gravidez de gêmeos ser detectada, mas apenas um deles se desenvolver completamente no útero da mãe. Isso acontece com cerca de 20% das gestações gemelares, o que pode ser considerado um alto número.
Portanto, não podemos dizer que é algo totalmente normal ocorrer a morte de um dos gêmeos no útero da mãe, mas acontece com mais frequência do que muitos imaginam, já que se trata de uma gravidez com muitos riscos.

Quais os Riscos do Irmão?

Quando há morte de um dos gêmeos no útero, há também o risco do irmão sobrevivente nascer com sequelas. Estudos britânicos realizados entre 1993 e 1995 apontaram que as chances de uma criança nascer com problemas mentais, são 20% maiores do que o normal quando se trata de um gêmeo sobrevivente. O número fica ainda maior quando o caso é com gêmeos idênticos.

Uma das principais teorias do motivo disso acontecer é que a morte do outro feto acaba afetando a circulação de sangue no irmão sobrevivente, fazendo com que ele tenha mais chances de ter uma paralisia cerebral. Além disso, essa teoria também explica porque as chances ficam maiores em gêmeos que são idênticos, já que eles compartilham a bolsa da mãe nesse caso.

Apesar disso, também existem muitos casos em que a criança nasce sem nenhum tipo de problema de saúde, principalmente quando a morte do outro bebê aconteceu bem no início da gestação. Portanto, não há motivos para ter pânico sobre o estado de saúde do seu filho sobrevivente, ainda que seja necessário ter um cuidado especial com a gestação dele.

Como Superar a Morte de Um Dos Gêmeos

Com todos esses aspectos sobre a saúde da mãe e a saúde do outro bebê, pouco se fala sobre a forma como lidamos com a morte de uma criança. O estado de luto é algo comum nesses casos, mesmo com a preocupação para que os outros envolvidos fiquem bem de saúde.

É comum também, a mãe ter sentimentos como a tristeza profunda e a culpa, com pensamentos de que poderia ter feito alguma coisa para evitar que isso tivesse acontecido. Não é algo que acontece da noite para o dia, mas a aceitação do que aconteceu também vem com o tempo.

Contar para o Outro Gêmeo ou Não?

Muitas mães se perguntam se devem ou não conversar com o filho sobre a morte do outro bebê enquanto estava na barriga. Essa é uma questão delicada, mas o mais recomendável é que ela conte quando sentir que está preparada e que o filho também já está pronto para ouvir sobre o assunto.

Isso é algo que deve ser conversado entre os membros da família, mas é certo de que não é saudável manter isso como um segredo do filho para sempre, apenas que a hora certa seja encontrada para que haja essa conversa.

A Saúde Psicológica da Mãe

Também é muito comum que mães e pais procurem ajuda profissional quando ocorre a morte de um dos gêmeos no útero, já que existem tantos sentimentos em conflito. É saudável e recomendável que a mãe busque ajuda para manter o equilíbrio emocional, pela própria saúde psicológica e para não prejudicar o outro bebê que ainda está vivo dentro dela.

O tempo em que o tratamento que a mãe deve com uma psicóloga vai variar de acordo com o seu estado emocional, com a avaliação da profissional e com a vontade da mãe também.

Apesar do luto e do trauma da morte, os pais não podem se deixar abalar quando há a morte de um dos gêmeos no útero da mãe. Principalmente porque ainda há outro bebê dentro dela que está vivo e provavelmente saudável.

A hora do Parto

O que se precisa fazer nesse momento é tomar os cuidados necessários para que o parto possa ser o menos traumático possível para a mulher, além de todos se certificarem que os pais estão em boas condições psicológicas, especialmente a mãe, já que o trauma é muito maior para as mulheres nesses casos.

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Foto: TawnyNina